Obras retomadas em 2018; potencial turístico foi decisivo
Empresa diz que a modernização do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, será contínua
São Paulo. "Nós acreditamos no Brasil e que a economia do País vai melhorar. É por isso que estamos aqui". A afirmação é de Alleta von Massenbach, diretora de investimentos globais da Fraport AG, empresa alemã que venceu o leilão do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, após ofertar contribuição fixa inicial de R$ 425 milhões.
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Em entrevista ao Diário do Nordeste, a executiva adiantou que a concessionária pretende retomar as obras do terminal cearense no início de 2018, melhorando a infraestrutura e os serviços do equipamento para atrair o maior número possível de novas companhias áreas. O contrato de concessão deverá ser celebrado com o governo federal em 28 de julho deste ano.
A expectativa é que, com a concessão, o Aeroporto de Fortaleza receba R$ 1,4 bilhão em investimentos, o que representa cerca de 21,2% do total de R$ 6,6 bilhões previstos para serem aplicados na melhoria dos serviços dos quatro terminais leiloados pelo governo ontem.
A Fraport AG está entre as empresas líderes mundiais no negócio de aeroportos, tendo em sua carteira terminais como os de Frankfurt e de Hanôver, na Alemanha. No leilão realizado ontem, além do terminal de Fortaleza, a empresa alemã também arrematou o Aeroporto Internacional Salgado Filho, localizado em Porto Alegre, por R$ 290,5 milhões, sendo a grande vencedora da concorrência pública. "Estamos muito felizes por termos tido sucesso em dois dos quatro aeroportos leiloados. Os terminais de Fortaleza e Porto Alegre têm características tão diferentes, mas também se complementam, por isso, nos interessamos pelos dois. Agradecemos às autoridades brasileiras por terem feito esse leilão acontecer", destaca Alleta.
Características
Quanto ao Aeroporto de Fortaleza, além da posição geográfica do terminal, a executiva aponta que a escolha da Fraport está diretamente ligada ao potencial da cidade, responsável por atrair milhares de turistas nacionais e estrangeiros todos os anos, por conta das belezas naturais. Para ela, a Capital também tem grandes chances de ser escolhida para receber o centro de conexões de voos (hub) da Latam. "Fortaleza é uma cidade maravilhosa que tem muitos atrativos, um grande mix de mercados, entre os quais, em minha opinião, o turismo é o mais importante".
No caso de Porto Alegre, Alleta destaca que o perfil da capital do Rio Grande do Sul apresenta um retrato que está mais voltado para os negócios.
Em relação às obras paralisadas no Aeroporto de Fortaleza, desde maio de 2014, Alleta observa que, assim que decidiu participar do leilão, a empresa sabia do problema. De acordo com ela, a companhia realizará estudos para saber mais detalhes sobre os serviços abandonados, principalmente, no que se refere ao estado físico da estrutura.
"É claro que fizemos o nosso dever de casa, mas o que eu disser agora sobre esse assunto não pode ser levado muito a sério, porque precisamos entender mais sobre o status da obra, detalhadamente, e decidir o que pode ser feito para que os serviços voltem. Temos de ter um quadro total da obra, e isso será feito com nossos parceiros", explica, acrescentando que a expectativa é retomar a ampliação do Aeroporto de Fortaleza no início do próximo ano.
O que vem por aí
Embora adiante que a Fraport já tenha ideias sobre as principais intervenções que devem ser realizadas para melhorar a infraestrutura, os serviços e a oferta de produtos no Aeroporto Internacional Pinto Martins, Alleta ressalta que a modernização do equipamento será contínua, algo que está nos planos da companhia e será definido em projeto.
"Mais importante do que transformar o aeroporto fisicamente é atrair o interesse das companhias aéreas, oferecendo melhores serviços e mais serviços no Aeroporto de Fortaleza. Isso também depende do planejamento estratégico de cada companhia aérea. Já temos em mente quais podem ser nossas principais parceiras nesse processo", reforça a executiva.
Foco no crescimento
A diretora de investimentos globais da Fraport finaliza afirmando que, para empresas inexperientes, não é fácil administrar qualquer aeroporto. E diz que a companhia tomará conta do Aeroporto de Fortaleza da melhor forma possível, contribuindo para o crescimento econômico da cidade, do Ceará e, consequentemente, do Brasil.
"Somos capazes de fazer isso, acreditamos no mercado e em nossos parceiros. Faremos o nosso melhor para promover o desenvolvimento desse aeroporto e gerar benefícios para a população de Fortaleza, além de fazer com que os passageiros e o governo alcancem seus objetivos a partir da concessão do aeroporto", conclui Alleta von Massenbach.
Fique por dentro
Grupo Fraport AG atua em três continentes
A Fraport AG está entre as empresas líderes mundiais no negócio de aeroportos, oferecendo uma gama completa de serviços integrados de gestão aeroportuária com subsidiárias e investimentos em três continentes: Europa, Ásia e América do Sul. Em 2015, o Grupo Fraport gerou vendas de ? 2,6 bilhões e lucro de cerca de ? 297 milhões. Segundo a companhia, em 2016, cerca de 105 milhões de passageiros circularam pelos aeroportos em que a Fraport tem mais de 50% de participação.
Atualmente, os terminais da carteira da Fraport incluem: Aeroporto de Frankfurt (FRA) e de Hanôver (HAJ) na Alemanha, Burgas (BOJ) e Varna (VAR) na Bulgária, Ljubljana (LJU) na Eslovénia, São Petersburgo (LED) na Rússia, Antalya na Turquia (AYT), Delhi (DEL) na Índia, Xian (XIY) na China e Lima (LIM) no Peru. Além disso, a Airmall USA, subsidiária da Fraport, é responsável pela administração das áreas comerciais de varejo nos aeroportos de Pittsburgh, Baltimore/Washington, Cleveland e Boston. A Fraport Grécia também ganhou a concessão para gerir e desenvolver 14 aeroportos regionais na Grécia e em várias ilhas turísticas.
Conforme a empresa, com a administração da Fraport, o Aeroporto de Frankfurt (FRA) tornou-se o maior complexo de trabalho da Alemanha em um único local, empregando aproximadamente 81 mil pessoas em cerca de 450 empresas e organizações locais. Quase metade da população alemã vive num raio de 200 quilômetros desse centro intermodal de viagens (hub) da Fraport.
O terminal serve como um ímã para outras empresas localizadas em toda a área economicamente vital do entorno. "Graças às sinergias associadas às dinâmicas industriais da região, aos conhecimentos em rede e à excepcional infraestrutura de transporte intermodal, a rede de rotas mundiais do FRA floresce em mercados de crescimento global. Da mesma forma, o FRA é um gateway estratégico para empresas que desejam acessar o enorme mercado europeu. Assim, o Aeroporto de Frankfurt é um dos polos mais importantes da cadeia logística global", pontua a companhia alemã. (RS)