Número de mulheres que trabalham por conta própria dispara quase 40% no Ceará, mostra IBGE
O aumento ocorreu em uma década; contudo, ao colocar uma lupa sobre os números, identifica-se uma alta informalidade entre essas empreendedoras e autônomas
O número de mulheres que trabalham por conta própria disparou 38,8%, na última década, no Ceará. Em 2012, elas eram 288 mil, mas esse contingente cresceu para 400 mil em 2022. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em razão da pandemia, não houve coleta nos anos de 2020 e 2021.
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A categoria enquadra autônomas e empreendedoras, incluindo as individuais (MEI). Levadas a esse mercado, seja por necessidade ou oportunidade de negócios, as mulheres também amargam índices elevados de informalidade.
Dessas 400 mil, 341 mil atuam em iniciativas não registradas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), totalizando 85,2%.
No período de agravamento da crise da pandemia de Covid-19, compreendido pela pesquisa, o fechamento de empresas pressionou o desemprego. Nesse contexto, os trabalhadores intensificaram a busca por alternativas para garantir o ganha-pão, recorrendo, em muitos casos, ao mercado informal.
A dificuldade de reinserção é ainda maior para a população feminina, considerando a desigualdade de gênero estrutural no mundo do trabalho formal. Contudo, apesar do aumento das mulheres nessa economia, os homens ainda são maioria (62%) nesse setor.
Ceará tem 1 milhão de trabalhadores por conta própria, mas 905 mil são informais
A PNAD Contínua mostra que o Ceará registrou leve queda (0,3%) no número de pessoas ocupadas em 2022, na comparação com 2019, caindo de 3,69 milhões para 3,68 milhões. Desse total, contudo, 1 milhão trabalham por conta própria no mercado cearense, sendo 905 mil informais.
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O IBGE classifica como “conta própria” a pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não remunerado de membro da sua unidade domiciliar.
Conforme o relatório do órgão, o ano de 2022 caracteriza-se pela recuperação de indicadores ao nível registrado no período pré-pandemia (2019). No ano passado, a população ocupada aproximou-se da sua maior estimativa dos últimos 10 anos, contabilizada em 2019.
Veja o retrato do mercado no Brasil e no Ceará em números