Usina de dessalinização e hidrogênio verde no Ceará serão chaves para transição energética justa
A transição energética no Brasil exigirá equilíbrio entre diversos fatores para ser realmente justa, dentre os quais se destaca a universalização do saneamento básico. Isso porque a garantia do acesso à água potável e ao tratamento de esgoto para toda a população, especialmente a mais vulnerável, aumentará o consumo de energia.
Nesse contexto, o Ceará sai na frente com soluções ambientais, tais como a usina de dessalinização e o hub de Hidrogênio Verde (H₂V), além da vocação para as produções solar e eólica.
Essas soluções para viabilizar o sistema de saneamento sem comprometer os avanços sociais foram tema do 1º dia do I Seminário Regional de Saneamento do Estado (Sanear), realizado nessa quinta-feira (21), na Universidade de Fortaleza (Unifor), da Fundação Edson Queiroz.
Na prática, a usina a ser instalada na Praia do Futuro dessalinizará a água do mar, tornando-a potável para consumo humano e industrial, especialmente em períodos de escassez hídrica. Já a produção do H₂V ajudará a reduzir a emissão de gases do efeito estufa em diversos setores da economia.
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Conforme a coordenadora do MBA em ESG da Unifor, Suellen Galvão, a adoção dessas e de outras tecnologias mais eficientes para a infraestrutura serão cruciais para alcançar os objetivos sustentáveis.
“Para ser justa, a transição energética precisará ser acessível para todos, sobretudo populações assentadas em ambientes marginalizados. Por isso, ao unirmos esse fator à ampliação do saneamento, conseguimos alcançar o desenvolvimento humano e econômico", observou.
"Nesse contexto, o Ceará está na vanguarda da transição energética justa, com iniciativas como a usina de dessalinização, essencial para o abastecimento de água, sobretudo em períodos de seca, e a produção de Hidrogênio Verde, ampliando as fontes energéticas”, listou.
Galvão frisou, ainda, que a transição dos governos municipais é uma oportunidade para discutir a expansão do saneamento e a implementação de uma drenagem urbana mais eficiente, frente aos desafios da crise climática.
O engenheiro civil da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Petrônio Soares, acrescentou que o Estado já possui maturidade na discussão sobre transição energética.
“O Ceará tem muito instrumentos de planejamento e precisa tirar isso da gaveta de forma definitiva para despontar no cenário nacional e internacional. É necessário resolver as questões ambientais, de governança e social”, avaliou.
Soares proferiu a palestra magna sobre a importância da transição energética justa no setor de saneamento. Na ocasião, Neuri de Freitas, presidente da Cagece, e Brígida Miola, secretária executiva da Indústria do Estado, conduziram painéis temáticos.
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No 2º dia do evento, que se encerra nesta sexta-feira (22), haverá apresentações de Luana Siewert Pretto (Trata Brasil), Francisco das Chagas Junior (Funceme), Nicole Resende (Inpe) e Luiz Otávio Goi, docente do MBA em ESG.
Os temas abordados incluem cidades resilientes, mudanças climáticas e inovação tecnológica. O seminário, inédito no Ceará, é promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do Ceará (Abes) em parceria com o MBA em ESG da Unifor.
Assista aos painéis:
Serviço
I Seminário Regional de Saneamento do Ceará
- Quando: 21 e 22 de novembro de 2024, das 08h30 às 17h30;
- Onde: salas 28 a 34 do Bloco B, na Unifor;
- Inscrições: clique aqui;
- Saiba mais: acesse aqui.