No Ceará, mais de 5 milhões de pessoas já usaram o Pix; ferramenta está ajudando pequenos negócios
Segundo o Sebrae, cerca de 84% dos empreendedores já adotaram o meio de pagamento
A cearense Shirley Batista começou a fazer bolos em 2018 como uma forma de complementar a renda. Ela e o marido já trabalhavam no ramo vendendo bolos produzidos por uma empresa, mas a renda já não estava sendo suficiente.
Foi então que o casal, que tem dois filhos, decidiu iniciar a produção própria. De lá para cá, a cozinha saiu da casa da família e passou a ter um local próprio, junto da loja da marca Shirley Batista Confeitaria, que também possui um segundo local de vendas na Praça das Flores. Além disso, a empreendedora deixou de ser a única responsável pelo negócio e hoje possui quatro funcionários.
As ferramentas digitais sempre fizeram parte da estratégia da empreendedora de divulgar o negócio. Desde o início, criou perfis nas redes sociais, como Facebook e Instagram, para compartilhar os produtos. Depois veio o cadastro no iFood, passo que contribuiu para alavancar o volume de pedidos.
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Umas das mais recentes plataformas adotadas foi o Pix, lançado no fim de 2020. Shirley conta que o meio de pagamento facilita muito para ela e para os clientes, que muitas vezes saem de casa apenas com o celular.
Apesar de não atribuir o desenvolvimento da empresa nos dois últimos anos apenas ao Pix, a empreendedora admite que, se não utilizasse a ferramenta, perderia vendas.
No meu ponto de vista, não é uma forma de pagamento que vai aumentar as vendas. Agora, a gente tem que acompanhar o mercado. É um conjunto, você tem que ta estudando, tem que ta trabalhando nas redes sociais, no tráfego, é muita coisa. Mas que ajuda, com certeza, o Pix facilita pra empresa e pro cliente"
Segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 5,2 milhões de pessoas já utilizaram o Pix, seja para enviar ou receber dinheiro. Em 2022, R$ 257 bilhões foram movimentados através do Pix no Ceará.
O levantamento também aponta que, assim como Shirley, 84% dos empreendedores adotou o meio de pagamento. O percentual demonstra que o Pix já é o meio de pagamento preferido entre micro e pequenas empresas.
Além disso, o Sebrae estima que a inclusão digital já chegou a quase 100% dos pequenos negócios brasileiros, ou seja, quase a totalidade dos empreendedores acessa a internet para algum fim. Para 94% deles, o meio virtual é fundamental para a sobrevivência da atividade.
Desenvolvimento
O CEO do banco digital Mêntore, Vanderson Aquino, ressalta que a adesão ao meio digital no Ceará não só reflete esses dados como se destaca em inovação e tecnologia bancária. Para ele, isso impacta diretamente no desenvolvimento dos negócios de uma forma geral, independente do porte ou estrutura.
"A facilitação na forma de receber ajuda quem tá iniciando um negócio tanto na desburocratização do processo quanto na redução de custos. Se tornou muito mais fácil quando falamos de banco digital porque não vai precisar de toda uma papelada para abrir uma conta como era feito nos bancos físicos", argumenta.
Ele pontua que os bancos e carteiras digitais também requerem documentações para a segurança bancária e do consumidor, mas não no mesmo volume que as instituições financeiras tradicionais.
Aquino orienta que, para tirar todo o proveito possível do ambiente digital, os empreendedores podem buscar sistemas de baixo custo ou até mesmo gratuito para pequenos negócios, além de indicar lembrar que informações sobre os assuntos relacionados irá trazer mais clareza e economia no dia a dia.
É preciso estar atento às informações básicas e tendências do mercado para acompanhar todo esse crescimento. Hoje em dia, um celular de baixo a médio custo já é possível acessar aos bancos digitais e, por meio deles, começar a operar o pix, que também tem um fácil manuseio tendo em vista que a chave já um numeral presente na vida desse empreendedor (número de celular, CPF). Esse movimento já é muito benéfico frente ao manuseio de um computador, por exemplo"
Especificamente sobre o Pix, o CEO do Mêntore reitera que a ferramenta é uma grande oportunidade na redução de custos, já que retira os atravessadores dos meios de pagamento, como as maquininhas. Dessa forma, há uma relação direta entre consumidor e empresa. "O que é muito benéfico tendo em vista que os lucros vão diretamente para esse empresário".
Cuidados contra golpes
Apesar das inúmeras facilidades, Shirley alerta que os empreendedores precisam ter cuidado ao utilizar o Pix. Isso porque a ferramenta, assim como outros meios de pagamento, virou alvo de golpistas.
Para ter uma maior segurança, ela pede o comprovante de pagamento de cada cliente e confere a data e hora descritos, além de checar se o valor já caiu na conta bancária.
"Tem que ta sempre atento, porque acontece de uma pessoa de má-fé agendar e mandar o comprovante, sendo que ele agendou, não efetuou o pagamento. Quando o pagamento é feito, a gente sempre dá uma olhadinha se caiu (o dinheiro na conta) na hora. Mas é tranquilo", pontua.