IPCA de agosto de 2023 em Fortaleza registra maior inflação do Brasil; gasolina puxa alta nos preços

Índice subiu 0,74% no mês passado, mais de três vezes a média nacional, puxado principalmente pelo setores da educação e de transportes

Escrito por Luciano Rodrigues , luciano.rodrigues@svm.com.br
Frentista abastece carro em posto de combustíveis
Legenda: Segundo o IBGE, a alta nos preços da gasolina (+ 4,98%) e da energia elétrica residencial (+ 2,76%) foram os principais responsáveis pela alta inflação em Fortaleza.
Foto: Isamel Soares

A divulgação nesta terça-feira (12) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trouxe Fortaleza como a capital do Brasil com a maior alta percentual de agosto de 2023, com 0,74%, número mais de três vezes maior do que a média nacional, que fechou o mês com aumento de 0,23%.

Os dados foram revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que atribui à alta nos preços da gasolina (+ 4,98%) e da energia elétrica residencial (+ 2,76%) como principais responsáveis pela inflação na cidade cearense.

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No que diz respeito aos setores pesquisados pelo IBGE, educação (+ 2,59%) e transportes (+ 2,08%) tiveram as maiores elevações em Fortaleza. Segundo o IBGE, a retomada dos semestres letivos, a alta da gasolina e os preços praticados pelos serviços de táxi na capital foram decisivas para o aumento.

No caso dos transportes, o instituto analisou que a alta nacional de 0,34% no segmento deve-se, dentre outros fatores, ao reajuste de 20,19% nas tarifas em vigor desde o último dia 24 de julho na capital. 

Ao todo, dos nove segmentos pesquisados pelo IBGE, o IPCA em Fortaleza avançou em sete deles. Alimentação e bebidas e artigos de residência foram os dois que registraram queda no índice, ambos com redução de 0.59% no mês.

Confira os dados do IPCA de agosto em Fortaleza:

  • Educação: + 2,59%;
  • Transportes: + 2,08%;
  • Saúde e cuidados pessoais: + 1,04%;
  • Habitação: + 0,77%;
  • Vestuário: + 0,74%;
  • Comunicação: + 0,45%;
  • Despesas pessoais: + 0,31%;
  • Alimentação e bebidas: - 0,59%;
  • Artigos de residência: - 0,59%.

Recordes de alta

Esta foi a segunda maior alta no IPCA em Fortaleza em 2023, atrás apenas de janeiro, quando o índice subiu 0,86%. No acumulado do ano, a cidade cearense acumula elevação de 3,62%, atrás apenas de Aracaju (SE), líder no aumento do IPCA em 2023, com 3,87%.

Assim como em Fortaleza, os maiores impactos para o índice em agosto no Brasil vieram da energia elétrica residencial, cujos preços ficaram, em média, 4,59% mais caros em agosto. O IBGE credita a esses números o "fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior".

A gasolina também foi responsável por puxar para cima os dados do IPCA. O combustível, que passou pelos últimos meses por fim da desoneração de impostos e foi reajustado nas refinarias da Petrobras, subiu no mês passado no território nacional 1,24% 

Na contramão está o setor de alimentação e bebidas. No País, a redução média no segmento foi de 0,85%, com destaque para batata inglesa (- 12,92%) e feijão carioca (- 8.27%). O leite longa vida também está mais barato, e registrou queda de 3,35%.

Das 16 capitais pesquisadas pelo IBGE, apenas Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) registraram deflação em agosto. As cidades tiveram redução no índice de 0,08% e 0,04%, respectivamente.

Veja os números do IPCA de agosto por capitais:

  1. Fortaleza: + 0,74%;
  2. Brasília: + 0,68%;
  3. Belém: + 0,63;
  4. Rio Branco: + 0,44%;
  5. São Luís: + 0,43%;
  6. Recife: + 0,36%;
  7. Aracaju: + 0,34%;
  8. Vitória: + 0,31%;
  9. Curitiba: + 0,29%;
  10. Campo Grande: + 0,27%;
  11. Porto Alegre: + 0,24%;
  12. BRASIL: + 0,23%;
  13. São Paulo: + 0,22;
  14. Salvador: + 0,17%;
  15. Goiânia: + 0,12%;
  16. Rio de Janeiro: - 0,04%;
  17. Belo Horizonte: - 0,08%
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