Exportações de rochas ornamentais pelo Ceará crescem 16% em 2020
Resultado foi puxado pela alta demanda no mercado internacional no segundo semestre
Mesmo com paralisação da produção e incertezas quanto à demanda externa por conta da pandemia, o setor de rochas ornamentais do Ceará registrou um crescimento de 16,1% nas exportações em 2020, com o envio de US$ 25,2 milhões ao exterior, mostram dados do Observatório da Indústria, da Fiec. O setor, que apresentou uma forte retomada a partir de julho, espera que a demanda continue em alta, pelo menos, até o fim deste semestre.
“Mesmo passando quatro meses praticamente paralisados por conta da pandemia, nós conseguimos crescer”, diz Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran-CE). “Em abril e maio, os nossos principais importadores não tinham como receber as cargas, mas depois de julho a demanda cresceu bastante”.
Para 2021, Alencar aponta que a demanda continuará forte com pedidos já contratados. E que as perspectivas para o fechamento do ano dependerá da evolução da pandemia tanto nos mercados compradores como no Brasil.
Em 2020, o maior volume mensal de exportação foi registrado em novembro, com o envio de US$ 3,921 milhões, enquanto janeiro foi o mês com menos remessas (US$ 853,8 mil). Com o resultado de 2020, a participação do setor de rochas ornamentais no total das exportações cearenses cresceu de 0,95%, em 2019, para 1,36%, em 2020.
Produtos
Entre os produtos mais exportados no ano passado estão os quartzitos (US$ 8,981 milhões), granito talhado ou serrado (US$ 8,610 milhões) e granito em blocos ou placas (US$ 4,332 milhões), respectivamente. A maior parte dos produtos foi enviado para os Estados Unidos, que compraram US$ 11,064 milhões de rochas ornamentais cearenses. Em seguida aparecem a Itália
Estados exportadores
Em 2020, o Ceará foi o terceiro estado que mais exportou rochas ornamentais do Brasil, ficando atrás apenas do Espírito Santo (US$ 814,2 milhões) e Minas Gerais (US$ 108,7 milhões). Destes três, no entanto, o Ceará foi o único que apresentou crescimento das exportações em 2020. O Espírito Santo apresentou queda de 1,8% e Minas Gerais de 7,3%.
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Brasil
O faturamento do setor mineral no Brasil registrou crescimento de 36% em 2020 ante 2019, alcançando a cifra de R$ 209 bilhões. O dado consta em balanço divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entidade que reúne as maiores mineradoras que atuam no país. O desempenho positivo foi alavancado pelo quarto trimestre. Nos últimos três meses do ano, o faturamento foi de R$83 bilhões, 63,6% a mais do que no trimestre anterior.
Pará e Minas Gerais, estados com maior produção mineral, foram os principais responsáveis por esse incremento. A produção paraense gerou aumento de 97% no faturamento do quarto trimestre, enquanto os mineiros registraram alta de 55%.
As maiores variações foram registradas com minério de ferro e ouro. A produção de minério de ferro gerou no ano passado faturamento de R$138,7 bilhões, 39% superior a 2019. Já a alta do ouro foi de 76%, fechando 2020 com R$23,2 bilhões.
Apesar do alto faturamento do setor, a produção mineral comercializada de 2020 foi próxima a do ano anterior. Em 2019, foram negociados 985 milhões de toneladas. Já no ano passado, foram 1,009 bilhão de toneladas.