Exportações de frango do RS estão suspensas para todo o mundo após registro de gripe aviária

Argentina, China e União Europeia interromperam as importações de produtos e de subprodutos de origem avícola brasileiros

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 23:50)
Foto de pedaços de frango expostos em supermercado para matéria sobre China, União Europeia e Argentina a suspenderem compra de frango
Legenda: O foco do vírus foi detectado em um matrizeiro de aves comerciais localizado no município de Montenegro
Foto: Divulgação/Ministério da Agricultura

As exportações de carnes de frango provenientes do Rio Grande do Sul estão suspensas em todo o mundo, anunciou o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira (16). A decisão foi tomada após o registro de um caso de gripe aviária no estado. As informações são do jornal O Globo.

A primeira infecção em uma granja comercial no Brasil foi confirmado na quinta-feira (15). O foco do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) foi detectado em um matrizeiro de aves comerciais localizado no município de Montenegro (RS).

Inicialmente, como medida de segurança, o governo brasileiro havia suspendido apenas as exportações gaúchas. Países como Reino Unido, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita informaram que iriam restringir a compra de carne de frango brasileiro apenas do Rio Grande do Sul.

No entanto, a China e a União Europeia decidiram interromper, por 60 dias, as compras de frango e outros produtos avícolas de todos os estados do Brasil, e não apenas dos provenientes do estado gaúcho.

Argentina também suspendeu preventivamente a importações de produtos e subprodutos de origem avícola do Brasil.

Porém, manteve autorizada a entrada de aves de um dia e ovos férteis, desde que os compartimentos de origem estejam oficialmente reconhecidos como livres da enfermidade pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), conforme a agência Estadão Conteúdo

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"Outros países que já mudaram o protocolo ficam restritos ao estado do Rio Grande do Sul momentaneamente e, depois, somente ao município de Montenegro, que é onde tem o foco, até que volte à normalidade. O processo deve durar entre 28 e 60 dias e aí com eficiência, com transparência, o Brasil deve voltar à normalidade em todo o país", afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à TV Centro América, afiliada da Globo.

Segundo o titular do Ministério da Agricultura, os 35 animais que estavam presentes na granja infectada foram abatidos, para evitar a disseminação do vírus. 

Com a detecção do foco, foram imediatamente acionadas as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência, que incluem contenção, erradicação do vírus e garantia da segurança sanitária e alimentar, afirmou a pasta, em nota. As ações visam preservar a capacidade produtiva do setor avícola, um dos pilares da agroindústria brasileira.

Como se pega gripe aviária?

Humanos podem contrair influenza aviária quando entram em contato com ambientes contaminados ou aves ou animais infectados

Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, dentro do que foi observado no mundo, o vírus da influenza aviária (H5N1) não infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, geralmente a transmissão entre humanos não é sustentada.

Qual o risco da gripe aviária para humanos?

Segundo o Ministério da Agricultura, o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, majoritariamente, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).

Tem vacina para gripe aviária?

Não há vacina contra o vírus que causa a gripe aviária, tanto em humanos quanto em animais. No entanto, pesquisadores da Universidade de Hong Kong relataram, em um estudo publicado na Nature Communications mês passado, que obtiveram resultados promissores com imunizante intranasal de H5N1 do clado 2.3.4.4b para o gado em modelos de camundongo fêmea e de hamster macho. 

Os pesquisadores utilizaram um sistema de vacina de vetor viral de gripe atenuado vivo com o gene NS1 deletado (DelNS1 LAIV), usado anteriormente por eles no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. 

Os resultados demonstraram que uma única imunização intranasal forneceu imunidade forte e sustentada após dois meses. A análise de imunogenicidade revelou que a vacinação intranasal induziu respostas robustas de anticorpos neutralizantes, IgA de mucosa e células T em camundongos.

Conforme o estudo, o sistema DelNS1-H5N1 LAIV pode representar uma possível vacina para potenciais surtos futuros de H5N1 em humanos.

No Brasil, atualmente, o Instituto Butantan atua no desenvolvimento de uma vacina H5Nx do clado 2.3.4.4b voltada para humanos visando se preparar para um potencial surto pandêmico envolvendo estes vírus.

Segundo a instituição, os estudos clínicos sobre o imunizante devem ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda este ano.

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