Exportações cearenses crescem 11% e alcançam US$ 219,8 milhões em abril; melhor resultado desde 2019
Aumento das vendas de pescados, ceras vegetais, couros, tecidos e materiais de construção ao exterior puxaram crescimento. Resultado sinaliza recuperação, mas ano ainda acumula queda de 4%
As exportações cearenses em abril somaram US$ 219,8 milhões em abril deste ano. É o melhor resultado mensal desde outubro de 2019, período pré-pandemia, quando o envio de produtos do Ceará ao exterior chegou a US$ 225,8 milhões. Os dados são da plataforma ComexStat, do Ministério da Economia.
O volume exportado em abril representa crescimento de 11% ante os US$ 196,4 milhões exportados em março deste ano pelo Ceará.
Dentro da pauta exportadora cearense o item “ferro, ferro fundido e aço”, que inclui as placas de aço produzidas pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), totalizou US$ 124,6 milhões em vendas ao exterior no quarto mês do ano.
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Também contribuíram para o resultado em abril as exportações de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos, cujas vendas somaram US$ 23,4 milhões. As vendas de calçados e frutas chegaram a US$ 14,5 milhões e US$ 11,5 milhões, respectivamente.
Apesar de as placas de aço representarem o principal item de pauta exportadora cearense, a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ana Karina Frota, pontua que o resultado expressivo se deve à venda de produtos como pescados e couros, por exemplo.
“As placas de aço são o principal produto exportado pelo estado. Mas o resultado relevante se deve às exportações de pescados, ceras vegetais, couros, tecidos, materiais de construção etc. Esses produtos apresentaram discreto crescimento em valores exportados”, detalha Ana Karina Frota.
Ela explica que esses produtos são enviados, sobretudo, para Estados Unidos, Holanda, Chile e Argentina e que os resultados são fruto do movimento de internacionalização das empresas cearenses observado durante a pandemia.
“A internacionalização é importante para dinamizar a economia cearense. Algumas empresas, durante a pandemia, realizaram suas primeiras vendas Internacionais”, diz Ana Karina Frota.
A gerente do Centro Internacional de Negócios da Fiec pondera que os números ainda não representam uma recuperação sólida das exportações cearenses, mas podem sinalizar o início da retomada.
“Veja que o valor exportador em abril foi superior ao valor de março. Mas na análise no acumulado do ano (jan - abr) ainda apresentamos uma variação negativa de quase 4%”, pontua Ana Karina Frota.
De janeiro a abril deste ano, o Ceará exportou US$ 654,9 milhões - queda de 3,8% na comparação com igual período de 2020. Nessa base de comparação, os principais produtos exportados são as placas de aço, calçados, geradores elétricos e as frutas.
O Ceará é o 12º maior exportador do País no acumulado do ano.
Importações
Já as importações cearenses somaram US$ 222,4 milhões em abril, queda de 27% na comparação com o mês de março, quando as compras chegaram a US$ 304,8 milhões.
No acumulado de janeiro a abril, as importações somaram US$ 976,4 milhões, crescimento de 18% ante igual período de 2020. O Ceará é o 14º principal estado exportador entre as unidades da Federação, considerando os dados de janeiro a abril.
“No que se refere as importações, o Ceará importa muito o gás natural liquefeito e a própria hulha betuminosa (carvão). Além de fibras de carbono, peças para o setor automotivo e módulos solares”, detalha Ana Karina Frota.
Balança comercial
Com o resultado de abril, a balança comercial cearense ficou deficitária em US$ 321,5 milhões no ano, fruto da diferença entre exportações e importações.
A gerente do Centro Internacional de Negócios da Fiec avalia que as importações devem crescer ao longo dos próximos meses e que as exportações iniciam um processo de recuperação.
“Além dos setores citados, tivemos algumas situações de falta de insumos para as indústrias nacionais. Por essa razão, foi necessário a aquisição do exterior. No que se refere às exportações, estamos iniciando um processo de recuperação", aponta Frota.
"O câmbio está favorável, mas o comércio exterior é uma cadeia. Além do câmbio, é importante frete com preço competitivo, redução de concentrações de mercado e logística”.