Endividamento em Fortaleza cai ao menor nível desde 2020, mas ainda atinge 70,6% da população
O valor médio das dívidas dos consumidores da Capital é de R$ 1.624
Após um início de ano difícil com os gastos das festas e despesas extras, o consumidor cearense tem passado os últimos dois meses com o orçamento um pouco mais livre. Na Capital, cerca de 70,6% da população possuía algum tipo de dívida entre março e abril deste ano. Apesar de elevado, este é o menor patamar do indicador desde dezembro de 2020 (65,2%).
No bimestre de janeiro e fevereiro de 2023, o endividamento chegou a 75,4%. E em março e abril de 2022, a 76,5%, segundo a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE).
Veja também
Além do endividamento, o comprometimento da renda familiar também apresentou uma melhora. Conforme o levantamento, o consumidor fortalezense possui 40,5% das receitas já com destino definido. No bimestre anterior, esse percentual alcançou 42,4%.
Já a parcela de consumidores com o pagamento de dívidas em atraso permaneceu estável. Entre março e abril de 2023, 22,1% da população não conseguiu honrar algum vencimento.
O tempo médio de atraso é de 72 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 47% das respostas.
O segundo motivo mais mencionado é o desequilíbrio financeiro, citado por 46,3% dos entrevistados, seguido da contestação das obrigações (5,5%) e da perda de prazo por esquecimento (4,6%).
Cresce inadimplência
Por outro lado, a inadimplência em Fortaleza cresceu neste bimestre. A pesquisa aponta que 11,1% dos consumidores não terão condições financeiras para honrar seus compromissos. No bimestre de janeiro e fevereiro, o indicador ficou em 9,1%.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 12,1%), do grupo com idade acima dos 35 anos (13,7%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários-mínimos (11,7%).
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são:
- Cartões de crédito 78,1%
- Financiamento bancário (veículos, imóveis etc.) 14,0%
- Empréstimos pessoais 8,3%
- Carnês e crediários 3,9%
- Cheque especial 1,4%
A pesquisa também mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (57,9%), o pagamento de aluguel residencial (18,1%), o custeio da educação (13,6%) e a cobertura de despesas de saúde (9,7%).
Os gastos com alimentação, aluguel residencial e educação, além de saúde, também coincidem com as despesas que mais pesam nas dívidas dos consumidores.
O valor médio das dívidas é de R$ 1.624, com prazo médio de oito meses.