De Shopee a Shein: compras internacionais ficam mais caras a partir de abril com aumento do ICMS em 10 estados do Brasil

Altas sucessivas em remessas vindas de fora do País começaram há pouco mais de um ano

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:58, em 01 de Abril de 2025)
Imagem com página home da e-commerce para matéria sobre aumento de ICMS em 20% para compras internacionais, afetando Shein e Shopee
Legenda: Imposto de importação volta a ser cobrado de compras em e-commerce internacional com valor de até US$ 50; alíquota de 20% deve ser votada no Senado
Foto: Shutterstock

A partir da próxima terça-feira (1º), as compras feitas em plataformas internacionais, como AliExpress, Shein e Shopee, vão ficar mais caras no Brasil. Em vez de uma nova alta no imposto de importação — também conhecido como 'Taxa das Blusinhas' e que vigora no País desde o ano passado —, o aumento desta vez será no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Essa alta não será sentida igualmente por toda a população brasileira. Isso porque o ICMS é um imposto recolhido pelos governos estaduais. Das 27 unidades federativas do Brasil, dez — incluindo o Ceará — optaram por elevar a alíquota cobrada pelas compras internacionais por enquanto, mas o cenário pode mudar nos próximos dias. 

Até a próxima segunda-feira (31), a taxa paga por toda a população brasileira de ICMS era de, no mínimo, 17%. Em decisão definida em dezembro e anunciada pelo Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), a alíquota foi elevada, e o imposto será de pelo menos 20% em cima do valor da mercadoria adquirida.

De acordo com informações da revista IstoÉ e do portal Metrópoles, a decisão de subir o ICMS para as compras internacionais eleva a carga tributária das transações para cerca de 50%. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex), Edmundo Lima, a indústria e o varejo nacional pagam quase 90% de tributação.

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Dentre os dez estados que decidiram subir a alíquota mínima do imposto estadual cobrado para as remessas vindas de fora do País, o Ceará é um deles. A partir da próxima terça-feira, quem fizer compras internacionais no território cearense pagará pelo menos 20% de ICMS. Veja a lista completa com quais unidades federativas decidiram elevar a alíquota:

  • Acre;
  • Alagoas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Minas Gerais;
  • Paraíba;
  • Piauí;
  • Rio Grande do Norte;
  • Roraima;
  • Sergipe.

Vale lembrar que toda e qualquer compra feita em plataformas internacionais é taxada tanto com o imposto de importação quanto com a alíquota estadual. Na simulação feita pela reportagem, a alta é discreta comparada com os demais tributos já existentes.

  1. Cenário 1 (antes do Remessa Conforme) - compra de US$ 50 (R$ 275 com o dólar cotado a R$ 5,50): R$ 60,37 em impostos. Compra fica em R$ 335,37;
  2. Cenário 2 (após o Remessa Conforme) - compra de US$ 50 (R$ 275 com o dólar cotado a R$ 5,50): R$ 122,59 em impostos. Compra fica em R$ 397,59;
  3. Cenário 3 (após o Remessa Conforme e com alta do ICMS) - compra de US$ 50 (R$ 275 com o dólar cotado a R$ 5,50): R$ 137,50 em impostos. Compra fica em R$ 412,50;

No terceiro cenário, os impostos somam exatamente metade do valor da compra, atingindo os 50% de tributação em cima de compras internacionais. 

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