Como o tarifaço dos EUA pode afetar sua vida financeira?

Escrito por
Ana Alves emaildaanaalves@yahoo.com.br
Legenda: Nos jardins da Casa Branca, Donald Trump disse que o anúnio era a volta da "era de ouro" da América
Foto: Brendan Smialowski / AFP

As tarifas de 10% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciadas pelo então presidente Donald Trump na semana passada, entraram em vigor no último sábado (5). 

A imposição dessa medida protecionista eleva o grau de incerteza em relação aos rumos da economia brasileira, especialmente considerando que os Estados Unidos representam o segundo maior parceiro comercial do Brasil. 

Contudo, há uma possível externalidade positiva desse cenário: a potencial desaceleração da inflação no mercado doméstico.

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Contextualização da Medida

Os Estados Unidos implementaram uma tarifa de 10% sobre os produtos exportados pelo Brasil, representando a menor alíquota dentro do escopo do "tarifaço" imposto pelo governo americano. 

A medida foi direcionada a nações que, até então, apresentavam déficit comercial com os EUA, como é o caso do Brasil.

Produtos Impactados

A decisão atinge itens que antes eram isentos de tributação, com destaque para petróleo bruto, aço, aeronaves e suas partes, além de café torrado – todos produtos de alta relevância na pauta de exportações brasileiras para o mercado norte-americano. 

A aplicação da tarifa entrou em vigor no sábado (5), marcando um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países.

Implicações Econômicas

Embora a medida possa trazer desafios para setores exportadores brasileiros, há uma possibilidade de que a redução da demanda externa, causada pelo aumento dos preços relativos no mercado norte-americano, contribua para um arrefecimento da inflação interna. 

No entanto, os efeitos a longo prazo dependerão da capacidade do Brasil de reposicionar suas exportações para novos mercados ou negociar condições comerciais mais favoráveis no futuro.

Análise Econômica dos Impactos das Tarifas para os Consumidores Brasileiros

Os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras devem ser sentidos de forma indireta pelos consumidores no mercado interno. 

Segundo especialistas, o impacto imediato sobre os preços no Brasil será limitado. No curto prazo, o consumidor brasileiro não deve observar um aumento de preços como consequência direta dessa medida, já que ela não incide sobre produtos que chegam diretamente ao nosso mercado.

Impactos na Inflação e Oferta Interna

Apesar das incertezas no comércio internacional, o cenário pode abrir espaço para um arrefecimento da inflação brasileira. 

A busca de exportadores por novos mercados, em resposta às tarifas, pode estimular uma maior distribuição de produtos no mercado doméstico. Existe a possibilidade de aumento da oferta local de categorias de produtos que foram sobretaxados, o que pode levar, inclusive, a uma redução do preço final para o consumidor brasileiro.

Além disso, uma maior oferta global de bens afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos pode atuar como um fator de contenção inflacionária. 

Esse efeito decorre da preferência de produtores internacionais por redirecionar suas exportações, evitando os custos das tarifas americanas. 

Apesar das adversidades impostas pelo "tarifaço", as projeções do mercado financeiro mantêm uma perspectiva estável para o desempenho da economia brasileira. As estimativas mais recentes apontam para um crescimento do PIB em torno de 2% no ano, refletindo a resiliência econômica diante de choques externos.

Porém, ainda é um cenário de incertezas globais e que, sempre, devemos ficar atentos diariamente para cuidarmos melhor do nosso dinheiro.

Pensem nisso e até a próxima!

Ana Alves
@anima.consult
emaildaanaalves@yahoo.com.br
Economista, Consultora, Professora e Palestrante

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