Dá para se aposentar com o prêmio do BBB? Veja opções de investimentos
O prêmio principal do reality show mais falado do momento pode ser a garantia do vencedor nos tempos de velhice caso bem investido
R$ 1,5 milhão pode parecer muito dinheiro, mas não dura para sempre caso não seja investido de forma adequada. Cida (BBB 4), Max (BBB 9) e Rodrigo Cowboy (BBB 2) foram alguns dos vencedores do Big Brother Brasil que perderam o prêmio devido a más decisões financeiras.
Apesar de defasado em relação à inflação, o prêmio atual do reality show pode garantir uma aposentadoria tranquila a quem souber como investi-lo. O valor da renda mensal nos tempos de velhice varia de acordo com a idade do ganhador e o apetite a risco.
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De acordo com simulações feitas pela Ativa Investimentos a pedido do Diário do Nordeste, o montante pode garantir um salário vitalício de até R$ 29.019,19 por mês ao vencedor – sem contar com outras formas de renda.
O que fazer com o prêmio?
Comprar uma casa própria, carros luxuosos ou viajar o mundo inteiro. O valor do prêmio do BBB possibilita ao ganhador realizar diferentes sonhos que podem parecer distantes da realidade do brasileiro médio.
Para o especialista de investimentos da Rico, Antônio Sanches, esses sonhos são válidos, mas é importante pensar em investir pelo menos uma parte projetando o futuro.
O analista de soluções financeiras da Ativa Investimentos, Rodrigo Beresca, acrescenta que o ideal é, antes de tudo, buscar a quitação de dívidas. Uma parcela importante pode ser direcionada para a aposentadoria.
“A pessoa tem que pensar em montar sua carteira também visando aposentadoria. Depende do perfil de cada pessoa. Se ela tem um perfil mais agressivo pode guardar um pouquinho, mas pode pegar aquele valor para aplicações mais arrojadas, com probabilidade de ganho maior. Se está mais perto da idade da aposentadoria, o aconselhado é que se guarde uma parte maior desse prêmio”, recomenda.
Se investido na totalidade, o prêmio pode até mesmo trazer uma renda mensal advinda simplesmente de proventos. Isso é possível caso o dinheiro seja investido em opções com maior liquidez ou em fundos imobiliários com pagamentos mensais.
Considerando que a Selic chegue a 12%, como é esperado que ocorra até o final do ano, Sanches calcula rapidamente que o simples aporte no Tesouro Selic traria uma renda mensal de R$ 15 mil de rendimentos – sem considerar imposto de renda, inflação e modificações na taxa de juros.
Dá para se aposentar?
Rodrigo Beresca fez uma simulação considerando ganhadores de 25, 30 e 40 anos de idade. No cálculo, é considerado uma aposentadoria a partir dos 60 anos, garantindo renda até os 85 anos. Também é considerada uma inflação média de 5% ao ano.
Cenário 1 – vencedor de 25 anos
Tipo de fundo |
Rentabilidade |
Renda mensal |
Conservador |
6% |
R$ 7.862,33 |
Moderado |
7,50% |
R$ 15.259,51 |
Agressivo |
9% |
R$ 29.019,19 |
Cenário 2 – vencedor de 30 anos
Tipo de fundo |
Rentabilidade |
Renda mensal |
Conservador |
6% |
R$ 7.498,39 |
Moderado |
7,50% |
R$ 13.556,89 |
Agressivo |
9% |
R$ 24.071,89 |
Cenário 3 – vencedor de 40 anos
Tipo de fundo |
Rentabilidade |
Renda mensal |
Conservador |
6% |
R$ 6.820,29 |
Moderado |
7,50% |
R$ 10.714,81 |
Agressivo |
9% |
R$ 16.565,55 |
Onde investir?
Tanto Beresca como Sanches recomendam que os aportes com finalidade de aposentadoria sejam feitos em fundos de previdência privada.
O investidor pode optar por investir de forma independente em busca de maiores rentabilidades e para fugir da taxa de administração, mas a previdência privada compensa no final das contas por conta dos benefícios tributários de abatimento de renda no caso do PGBL ou de imposto regressivo.
Mesmo dentro da previdência privada, é possível escolher opções de acordo com o perfil do investidor.
“Tem uma série de previdências, tem mais atrelada a renda fixa, outra mais moderada e previdências só com ações, que é uma pessoa com perfil mais agressivo. Quanto mais velha for a pessoa, o ideal é que ela tenha mais renda fixa. Quanto mais nova, pode colocar em variável para ter mais rentabilidade”, indica o especialista da Rico.
Antônio Sanches indica carteiras a depender do grau de risco:
- Conservador: 95% em fundos de renda fixa pós-fixados e o restante em fundos que remunerem pelo menos acima da inflação.
- Moderado: 50% em pós-fixados, 10% atrelados à inflação, 25% em ações ou fundos multimercados e o restante em renda variável brasileira e internacional.
- Agressivo: 25% em pós-fixada atrelada à inflação. 50% em ações brasileiras e internacionais e o restante em fundos imobiliários para garantir uma receita mensal.