Centrão pressiona por mudança na presidência do BNB; diretor é cotado para o cargo
Fontes ligadas diretamente ao diretor de Negócios do BNB afirmaram que ele tem buscado se fortalecer no caso de a indicação ser confirmada pelo Governo Federal
Mais uma vez o cargo de presidente do Banco do Nordeste (BNB) virou centro de uma disputa política. Integrantes do Centrão estão buscando, novamente, uma indicação para a liderança da instituição financeira regional, hoje presidida por Romildo Rolim.
O Banco do Nordeste tem apresentado uma série de bons resultados sob o comando de Romildo, tendo encerrado o ano de 2020 com investimento de R$ 8,4 bilhões apenas no Ceará, volume 2,5% maior que o registrado em 2019 (R$ 8,2 bilhões).
A entidade de fomento bateu recorde no passado, investindo R$ 4,6 bilhões em mini, micro e pequenas empresas. Esse é o maior volume contratado por esse porte na história do BNB, com alta de 26,8% em relação a 2019. Já através do programa de microcrédito rural, o Agroamigo, o BNB disponibilizou R$ 353,2 milhões em 69,9 mil operações de crédito. Conforme o balanço, o desempenho do programa em 2020 também superou o de 2019 em 14%.
Pressão política
A pressão começou após a eleição de Arthur Lira (PP) para a presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília, e o Centrão já teria um foco certo para a nomeação caso o Governo Federal decida, de fato, trocar o comando no BNB. O escolhido seria Anderson Aorivan da Cunha Possa, atual diretor de Negócios do banco, que teria ligação direta com Ciro Nogueira (PP), senador pelo Piauí.
Segundo fontes diretamente ligadas ao diretor, Possa já estaria se movimentando internamente para se fortalecer no caso da confirmação da indicação.
"Nos últimos meses, ele (Anderson Possa) tem feito algumas demandas por entrada de novos fornecedores e novos clientes no Banco porque sabe que quanto melhor a posição dele na diretoria, maior a chance de ser conduzido ao cargo de presidente", disse uma das fontes.
A pressão pela mudança na presidência também estaria sendo feita por outros membros da diretoria do BNB.
Saída relâmpago
Romildo Rolim já passou por outro período de pressão desde início do governo de Jair Bolsonaro. Ele só foi referendado pelo Ministério da Economia em junho do ano passado, quando foi reconduzido ao cargo após a exoneração de Alexandre Borges Cabral, que ocupou a presidência do banco por menos de 24 horas.
Mesmo tendo de lidar com pressões políticas de forma constante, Rolim sempre recebeu o apoio do setor produtivo cearense, que comemorou a recondução ao cargo, além dos resultados apresentados pela administração da instituição nos últimos anos.
Resposta do Banco
Procurado, o Banco do Nordeste afirmou em nota "não ter informações sobre o assunto".