Áreas nobres de Fortaleza têm preços do metro quadrado acima de R$ 16 mil; veja bairros mais caros
Centro da Capital também surge no levantamento entre os que têm o valor mais elevado
No primeiro trimestre de 2024, o valor médio do metro quadrado (m²) de imóveis residenciais recém-lançados nos sete bairros mais caros da capital cearense ficou em cerca de R$ 14 mil, com o mais caro passando de R$ 16,4 mil.
Os valores foram apontados no levantamento trimestral do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), feito em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. Foram analisados 185 lançamentos imobiliários em Fortaleza nos mais diferentes bairros da cidade, com destaque para o Mucuripe.
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Pelo segundo trimestre seguido, o bairro na orla da Capital teve os lançamentos residenciais com o m² mais caro. Para morar em uma unidade nova no local, é preciso desembolsar, em média, R$ 16.423/m².
O preço é bem similar ao praticado no vizinho Meireles. O bairro, que comumente figura como um dos mais caros da região Nordeste entre moradias novas ou não, aparece logo atrás do Mucuripe no levantamento do Sinduscon-CE, com valor médio do m² em R$ 16.404.
Centro tem metro quadrado mais caro que Cocó e Guararapes
Em relação à pesquisa divulgada no início do ano referente ao 4º trimestre de 2023, as posições ficaram inalteradas até a 5ª posição do ranking. Na sexta e sétima, Cocó e Guararapes deram lugar ao Centro e ao Dionísio Torres, indicando que os lançamentos em ambos os locais apresentaram Valor de Geral de Venda (VGV) acima dos outros dois bairros. Veja:
- Mucuripe: R$ 16.423/m²
- Meireles: R$ 16.404/m²;
- Aldeota: R$ 13.879/m²;
- Praia de Iracema: R$ 13.393/m²;
- Varjota: R$ 13.365/m²;
- Centro: R$ 12.235/m²;
- Dionísio Torres: R$ 12.131/m².
Novas funcionalidades e serviços próximos
Na lógica dos lançamentos imobiliários, fica evidente que os terrenos disponíveis para novos empreendimentos nas áreas mais valorizadas são cada vez mais concorridos, o que pode explicar — em parte — a valorização dos imóveis residenciais nos bairros mais nobres da cidade.
"À proporção que esse terreno vai ficando mais escasso, não tenha dúvida de que o preço sobe. Além disso, se observa empreendimentos novos que usam materiais sintéticos que imitam madeira, buscando a sustentabilidade, etc. São revestimentos caros, e isso traz, obviamente, um comprometimento no preço. Não é somente a questão do terreno em si", pontua Paulo Angelim, especialista de mercado imobiliário e colunista do Diário do Nordeste.
"Rooftops, que são praticamente exigências dos novos empreendimentos, funcionam como uma espécie de democratização da vista. Independentemente do andar que se compra, sempre tem uma área comum disponível", completa Angelim, falando que os telhados com vista panorâmica também contribuem para aumentar o preço dos empreendimentos.
Historicamente, pela quantidade de serviços disponíveis nas vizinhanças, os valores mais altos vão ficar concentrados na área nobre de Fortaleza. Segundo Paulo Angelim, os terrenos disponíveis devem ser ainda mais disputados, fazendo com que empreendimentos mais antigos sejam demolidos, a exemplo do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema.
Os imóveis novos são mais preparados, têm todo um conjunto de infraestrutura, de equipamentos e de soluções que acabam tornando eles mais caros"
Ainda conforme o especialista, a área nobre "é disputada pela quantidade de serviços que ela oferece. São comodidades, isso acontece em qualquer lugar do mundo. Essas áreas têm realmente uma riqueza de serviços e comércios e isso acaba influindo na demanda. Elas vão continuar sendo disputadas e vamos ver a demolição de prédios antigos.
Otimização em favor do cliente
Longe dos empreendimentos com uma ampla gama de equipamentos de lazer e serviços, os novos condomínios estão sendo lançados com uma personalização ainda maior para satisfazer as vontades dos moradores, como explica Patriolino Dias, presidente do Sinduscon-CE.
"Os empreendimentos novos que estão saindo, seja de alto, altíssimo ou econômico-padrão, estão vindo com as novas demandas dos clientes. Mesmo no empreendimento econômico, você vê uma área de lazer. Esses equipamentos estão vindo com novidades para agradar os clientes. Claro que quanto mais alto o padrão, mais robustez tem. Lançamentos feitos em meados dos anos 2010, o incorporador enchia de itens de lazer. Hoje, a gente tem otimizado, porém, sempre colocando o que as pessoas querem", diz.
Na área nobre de Fortaleza, o predomínio é de empreendimentos ainda mais personalizados, com certo grau de exclusividade, como observa Patriolino Dias. Além disso, os novos imóveis, sobretudo os verticais, apostam no design como atrativo para os VGVs mais altos.
"Esses empreendimentos que têm mais alto padrão vêm com a assinatura de um paisagista renomado, arquiteto de interiores, vêm com mais design. Os últimos empreendimentos têm vindo com mais design na cidade, e esses empreendimentos estão vindo com mais valor agregado. Isso está agradando muito aos clientes", analisa.