Passagens de avião nem sempre estiveram ao alcance tão simples da maior parte dos brasileiros. Há uma década, por exemplo, viajar para um estado ou país distante exigia um planejamento bem antecipado, principalmente, devido aos valores das passagens, na época, consideravelmente mais altos.
De lá para cá, as empresas aéreas passaram a se adequar melhor aos bolsos da população. Incentivando ainda mais as pessoas a conhecerem outras culturas fora de suas cidades, os programas de milhagem facilitaram a compra de passagens aéreas. Smiles, da Gol, Multiplus, da Tam, Tudo Azul, da Azul e Amigo, da Avianca, têm faturamento muito alto, em alguns casos superando o lucro da venda de passagens da própria companhia aérea.
O advogado aposentado José Ailson Baltazar é um cliente fiel de diversos programas de fidelidade desse segmento. A aposentadoria unida à oportunidade de utilizar milhas para viajar possibilitam que Ailson curta o tempo livre viajando com a família. Com os pontos acumulados no Smiles, no Multiplus e no Victoria, da TAP, faz inúmeros passeios, seja no Brasil ou em outros países. “Utilizo cartão de crédito para gerar pontos em hospedagens em hotéis, nos postos de combustíveis e nos supermercados. Em seis meses, acumulei quase 100 mil pontos”, disse.
Venda de milhas pode ser um bom negócio
O site MaxMilhas tem se destacado entre os que desejam vender milhas e comprar passagens por um preço mais em conta. Em 2012, Max Oliveira, um dos idealizadores da plataforma, pensou no negócio que iria possibilitar a comercialização de milhas com pessoas de todo o país. A equipe desenvolveu um software que faz buscas nos sites das companhias aéreas e apresenta os valores dos trechos em dinheiro e em milhas, dessa forma, o cliente avalia qual a melhor forma de compra.
Em dois anos, o MaxMilhas já conquistou cerca de 6.500 clientes, aumentando o público, em média, 37% ao mês. Max Oliveira acredita que o segmento é promissor, mas acha que as empresas devem se adaptar para que os clientes possam aproveitar melhor os seus pontos. “As empresas aéreas conseguiram criar algo muito lucrativo, mas acabou prejudicando muito o consumidor, porque os preços mudam muito. A pessoa paga mais caro para ter milhas e, quando vai resgatar, o voo está muito caro”, disse Max Oliveira.