Agências de viagem registram venda de pacotes 95% superiores ao pré-pandemia

De acordo com a Abav, o faturamento das agências associadas no primeiro semestre de 2022 superou o resultado do mesmo período de 2019

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
Legenda: Agências relatam que a disponibilidade de voos é um empecilho para que a demanda por pacotes de viagem cresça ainda mais
Foto: Helene Santos/ SVM

Após quase dois anos de restrições no turismo, as agências de viagens do Ceará se recuperam e começam a registrar resultados superiores ao registrados antes da pandemia. Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará (Abav-CE) apontam que o número de vendas do primeiro semestre de 2022 foi 95% superior ao mesmo período de 2019. 

De acordo com a vice-presidente Abav-CE, Márcia Pinheiro, a maioria das agências associadas tiveram no primeiro semestre de 2022 um faturamento superior ao registrado no mesmo período de 2019. Para além da maior demanda, o aumento tem relação com a alta nos custos das passagens aéreas e hospedagens. 

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Ela avalia que o período de pandemia levou a um incentivo na busca por destinos nacionais devido ao fechamento das fronteiras de outros países. Agora, mesmo com a abertura de destinos internacionais para visitantes, a procura para viajar nacionalmente segue alta. 

Segundo a representante da Abav, as expectativas para o restante do ano e para 2023 são as melhores possíveis. 

“A gente agora em setembro vai ter nossa feira nacional em Recife, estamos na expectativa dessa feira para que a gente possa implementar mais nossas vendas, tanto no nacional como no internacional. Porque a procura está bem boa, as pessoas estão bem ansiosas para viajar”, espera. 

Alta nos combinados 

A diretora e proprietária da Terratur, Cláudia Alcântara, conta que cresceu a procura na agência por combinados, pacotes flexíveis em que o cliente consegue fazer combinações de horário, dia e orçamento de acordo com as necessidades individuais. 

Esse produto chamou atenção dos clientes pela possibilidade de personalização da viagem. A procura por combinados hoje já é de 30% a 40% maior do que o que era em 2019, diz Cláudia. 

Ela conta que a procura está tão grande que a agência teve que contratar duas novas pessoas para dar conta da demanda. De acordo com a empresária, a empresa teve resultados crescentes desde abril de 2020, o pior mês que o negócio já teve. 

Depois disso a gente não parou, porque a gente investiu em presença digital e algumas ferramentas para chegar ao passageiro. Todo dia a gente tem procura de novos clientes, seja pelo Google, pelo Instagram, por indicação. A gente não teve retomada, a gente acelerou a todo momento”
Cláudia Alcântara
Diretora e proprietária da Terratur

Ela percebe que a maior demanda da agência no momento é por viagens familiares, com foco em destinos como Foz do Iguaçu, Gramado, Minas Gerais e Bonito. As viagens internacionais têm se concentrado em países como Buenos Aires, Chile e Portugal. 

Mercado aquecido e poucos voos 

A gestora de marketing e produtos da Wee Travel,  Bárbara Redes, também relata que a agência registra um aumento na procura por pacotes de viagem, com uma alta busca no momento para o período de Réveillon e feriados do ano que vem. 

Como a empresa surgiu durante a pandemia, Bárbara não consegue traçar uma melhora em comparação a 2019. Mas, segundo ela, o trimestre entre junho e agosto teve crescimento de 160% em relação ao mesmo período do ano passado.  

Apesar de a demanda existir, ela aponta que a logística aérea ainda é um empecilho para permitir um barateamento dos pacotes.  

O que a gente sente é que o próprio turismo ainda tá retomando na parte de logística, de companhias aéreas. Ainda não tem uma quantidade grande de voos como antes da pandemia, então tem uma alta nas passagens"
Bárbara Redes
Gestora de marketing e produtos da Wee Travel

A expectativa para o próximo ano é que, com um aumento na oferta de voos, o preço nas passagens possa baixar e a demanda por pacotes cresça ainda mais. 

“A gente está com uma oferta ainda pequena em aéreo. A gente tem que ter mais voos saindo de Fortaleza, perdemos muito voos. A gente espera que ano que vem a gente tenha uma oferta maior de voos, porque há uma procura, as pessoas estão viajando sim”, aponta. 

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