A cada 23 corridas pela Uber, apenas 1 terá motorista mulher no Ceará
Segundo dados da empresa de serviço de transporte por aplicativo, apenas 4,4% dos colaboradores cadastrados no Estado são do sexo feminino
No Ceará, as chances de pegar uma corrida com uma motorista mulher, pela Uber, é de apenas 4,4%. O dado integra a estatística do quadro de colaboradores da empresa, que conta com 18 mil pessoas cadastradas no Estado. A informação foi confirmada pela própria Uber, nesta quinta-feira (24), quando a companhia anunciou que motoristas mulheres poderão escolher receber corridas apenas de mulheres a partir de novembro.
A iniciativa começará em formato piloto em Campinas, Curitiba e Fortaleza. Ao todo, pela proporção, o Ceará conta com 792 motoristas mulheres cadastradas atuando pela Uber.
A empresa, no entanto, planeja elevar esse número. Investindo mais de R$ 1,5 milhão em programas diversos, em 2019, a Uber quer aproximar a proporção de mulheres cadastradas no aplicativo à realidade do País. Dos 600 mil colaboradores no Brasil, apenas 6% são mulheres. Segundo o IBGE, 45,6% da população ocupada no mercado de trabalho nacional é preenchida por mulheres.
Participação
No Brasil, são 22 milhões de usuários recorrendo aos serviços da Uber. Considerando a Região Metropolitana de Fortaleza, são mais de 700 mil pessoas ativas, conforme os últimos dados divulgados pela empresa. Isso representa apenas 3,18% dos clientes no País.
"Fortaleza é muito parecida na média de corridas nacional. Por isso, quando a gente avalia a cidade, queremos que ela seja uma cidade que represente um comportamento Brasil. Então, quando a gente olha para os motoristas colaboradores homens e os usuários, observamos Fortaleza como uma das nossas cidades muito relevantes no Brasil, com um comportamento como todas as outras grandes", ressalta Cláudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil.
Reforço
Para motivar ainda mais o aumento da participação de mulheres, a Uber afirmou que irá garantir ganhos mínimos nas primeiras cem corridas nas cidades escolhidas como pilotos do novo projeto de seleção de corridas apenas para mulheres. Ou seja, se a motorista não atingir R$ 1500 ou R$ 1600, dependendo da cidade, na somatória das suas cem corridas, a Uber cobre esse total e paga o valor mínimo.
Cláudia Woods ainda comentou que a intenção da Uber, no futuro, oferecer a possibilidade das clientes também puderem escolher corridas apenas com motoristas mulheres.
"Quando as usuárias vão poder escolher também só tem motoristas mulheres? Esse é o nosso objetivo, é isso que a gente quer. Mas, como a gente atinge esse objetivo com só 6% dos nossos motoristas sendo mulheres? Por trás do sucesso da Uber tem a confiabilidade de saber que você vai pedir um carro e em poucos minutos ele vai estar na sua porta. Então a gente precisa em primeiro lugar aumentar a quantidade de mulheres em nossa plataforma para que a gente possa atingir esse objetivo", enfatiza Woods.