Rafael Bittencourt, do 'Angra', prepara laudo para atestar que Adele plagiou música de Toninho Geraes

Documento foi encomendado pela advogada de Geraes, Deborah Sztajnberg

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Legenda: "Million years ago" é assinada por Adele e o produtor americano Greg Kursti
Foto: Fred Duval / Shutterstock.com

O cantor e compositor do Angra, Rafael Bittencourt, foi contratado para fazer um laudo para atestar que a canção “Million years ago”, de Adele, é um plágio da música “Mulheres”, de Toninho Geraes. O documento foi encomendado pela advogada de Geraes, Deborah Sztajnberg.

“Million years ago” é assinada por Adele e o produtor americano Greg Kurstin e foi lançada em 2015. Já “Mulheres” foi gravada 20 anos antes, por Martinho da Vila.

Em entrevista ao jornal O Globo, Rafael Bittencourt falou sobre a situação: “Existem muitas coincidências para que tudo não passe de pura coincidência. As duas obras podem ser executadas simultaneamente sem cacofonia, sem macular a harmonia, a ideia rítmica ou a melodia”.

Ele elaborou uma analogia para explicar aos leigos: “Imagine que eu peça para várias pessoas desenharem um trem com uma locomotiva e sete vagões, representando a regra dos oito compassos musicais. Os vagões podem ter tamanhos diferentes. E cada um deles deve ter pelo menos quatro camadas com texturas e cores diferentes. Qual a chance de duas pessoas, no mundo todo, desenharem praticamente o mesmo trem?”.

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Em decisão liminar, o juiz Victor Torres determinou a suspensão da canção “por qualquer meio, físico ou digital”, afirmando que “há relevantes semelhanças melódicas”, mas acrescentou que não havia prova de que se trata de plágio.

A ação pede a derrubada completa da música de Adele e que ela não interprete mais a “canção-plágio” em suas apresentações até que a ação seja julgada, além do repasse proporcional de todo o valor de direitos autorais que a cantora britânica teria recolhido desde o lançamento da música e uma indenização de R$ 1 milhão.

No pedido de suspensão da liminar, a defesa de Adele e da Universal Music Publishing, sua editora no Brasil, argumentou que não há plágio. “As semelhanças entre as duas canções se devem, em síntese, ao fato de que várias canções se utilizam de um clichê musical”, justificou.

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