Tecnologia de geração eólica cearense pode ser levada a Argentina

Setor é visado para futuros negócios de exportação por meio da Câmara Argentina-Ceará, conforme revelou o Cônsul Geral da Argentina no Nordeste, Alejandro Funes Lastra

Escrito por Redação ,

O setor de energias renováveis do Ceará está na mira da Argentina, segundo aponta o Cônsul Geral da Argentina no Nordeste, Alejandro Funes Lastra. "Em nossa matriz energética é muito importante tudo o que Estado produz no âmbito das energias renováveis, energias eólicas, solares. Estamos muito interessados em receber investimentos cearenses nesse setor", ressalta. Essa oportunidade de negócio foi destacada durante a primeira missão comercial promovida nesta quinta (25) pela Câmara Argentina-Ceará de Comércio, Indústria e Turismo.

Criada em novembro de 2018, a Câmara deu início as suas atividades com a primeira rodada de negócios na sede da Fecomércio Ceará. Nessa primeira ação, empresários de ambos os países se encontraram para os argentinos mostrarem o seu cardápio de produtos disponíveis para exportação.

A próxima etapa, ainda sem data definida, é a missão inversa, com o Ceará como foco das exportações.

"Com o Ceará nós temos uma boa relação comercial. Exportamos para o Ceará mais do que o ele exporta para Argentina, então o Estado tem que acrescentar também as suas exportações para a Argentina e nós estamos aqui para ajudar que o comércio flua para ter mais comércio e mais desenvolvimento", pontua Rodrigo Bardoneschi, Embaixador em exercício da República da Argentina no Brasil.

Missão comercial

Nove empresas argentinas produtoras de mel, geleia, doces, azeitonas, hortifruti, barras de arroz, produtos de padaria, azeites e principalmente vinhos estiveram presentes para apresentar seus produtos em rodadas de trinta minutos, com rodízio entre os cerca de 20 empresários cearenses.

Esse encontro, que se estende até sexta-feira (26), talvez não tenha contratos firmados ao fim de cada reunião, de acordo com o presidente da Câmara, Cesar Roma. "Tenho certeza que vão criar novas oportunidades. O que você vê hoje são produtos que vem do Sul do País, importadoras do Sul que passam os produtos para cá. A disponibilidade de negócio para o distribuidor e para o varejo cearense é menor. Sobe no preço final se tem impostos a pagar a cada medida que a operação vai se realizando. Quando a coisa vier direto para cá, você vai ter uma oportunidade maior", completa Cesar.

Primeiramente, o foco é iniciar um aprendizado em relação a importação e assim, como acrescenta Maurício Filizola,  presidente do Sistema Fecomércio Ceará, diminuir os intermediários dos produtos importados da Argentina."Para que a gente desenvolva uma relação comercial, isso às vezes leva um certo tempo. É preciso nos conhecermos e nos apropriando, criando a ambiência, para que esses negócios se realizem", ressalta Maurício.

"O Ceará tem o Porto do Pecém, que é muito importante, com águas profundas. Tem um acordo com Roterdã, com o Porto de Suape a poucos quilômetros. Tem que quebrar o paradigma do Sul do Brasil. Geralmente os distribuidores compram muito no Sul e trazem os produtos para aqui e finalmente uma garrafa de vinho nas prateleiras em São Paulo não tem o mesmo preço que nas prateleiras em Fortaleza. Importação reduz muito os preços, tem benefícios fiscais cadastrados. Tudo isso temos que explorar", acrescenta Alejandro Funes Lastra.

Foto: Foto: Divulgação/Ribamar Neto

Durante o evento, o ambiente proporcionou, além de conhecer novos produtos, permitiu que os empresários argentinos conhecessem o varejo cearense, como os seus produtos podem estar no mercado e o que já tem do seu segmento à venda no Estado, como a sua precificação.

"Não é só uma rodada de negócios, a gente tem que gerar algo que seja permanente e contínuo", aponta Maurício.

Paralelo a rodada de negócios, em um outro ambiente da Fecomércio, foi assinado o estatuto de posse dos diretores e também apresentado os membros da Câmara ao Embaixador em exercício da República da Argentina no Brasil, Rodrigo Bardoneschi, e ao Cônsul Geral da Argentina no Nordeste, Alejandro Funes Lastra.  

"É um momento das entidades empresariais unirem forças, incrementarem o comércio exterior cearense, aproveitando os hubs aéreo, portuário e tecnológico. É um novo momento para o Ceará. Estamos contente de contribuir de alguma forma", pontua Marcos Pompeu, secretário executivo da Câmara de Desenvolvimento e Inovação da Fecomércio.

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