Vacina Coronavac: 260 mil crianças de 3 e 4 anos estão aptas à imunização contra Covid no Ceará
As duas idades ainda não foram contempladas em nenhuma das fases da campanha; a imunização dos pequenos deve acontecer com 2 doses, mas ainda não há definição sobre quando deve começar nos estados
Com a aprovação do uso da vacina Coronavac em crianças de 3, 4 e 5 anos, como decidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quarta-feira (13), o Ceará tem mais 262.214 pequenos, de 3 e 4 anos - idades ainda não contempladas em nenhuma fase da campanha -, aptos para a imunização. Ainda é necessário anúncio do Ministério da Saúde de quando as cidades podem começar a aplicar as vacinas, mas a possibilidade representa proteção e queda na transmissibilidade do vírus.
O imunizante foi liberado para aplicação em crianças de 3 a 5 anos em um contexto em que somente os pequenos de 5 a 11 têm autorização para receber a vacina pediátrica da Pfizer. Agora, com a nova decisão, crianças de 3 e 4 anos também poderão ser vacinadas com a Coronavac. As doses ainda não serão aplicadas para as imunocomprometidas.
Esse cálculo é feito com base nas projeções populacionais feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na estimativa para o Ceará a partir de 1º de julho de 2021. Devido à ausência do Censo Demográfico, esse número deve ser a meta de vacinação.
- 3 anos: 132.258
- 4 anos: 129.956
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Para o início da vacinação das crianças, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) ainda aguarda definições do Ministério da Saúde, “por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), sobre como ocorrerá a estratégia de vacinação contra a Covid-19 em crianças de 3 a 5 anos”, como informou por nota.
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou à reportagem que “vai avaliar, junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações, o uso do imunizante nesta faixa etária'', mas não detalhou o procedimento.
Quando começar essa nova etapa na imunização, dois benefícios coletivos devem ser alcançados: a proteção dos pequenos e a queda na transmissibilidade do coronavírus, como ressalta Izabella Tamira, médica pediatra endocrinologista.
Apesar de ser um público dito como menos vulnerável, recentemente temos visto casos mais complicados de Covid em crianças. E temos a questão da transmissibilidade para os grupos de risco. Então, proteger as crianças é proteger também a população mais exposta
Impacto da pandemia nas crianças
Desde o início da pandemia, 13 crianças entre 3 e 4 anos morreram no Ceará por complicações causadas pela Covid, como registra o IntegraSUS - plataforma da Secretaria da Saúde. Já os casos confirmados são 8.820 pessoas da faixa etária.
Os pequenos também representam parcela significativa dos atendimentos por síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Fortaleza. Confira:
A vacina evita casos graves e mortes sendo uma estratégia com relevância destacada para os pequenos, como analisa Izabella. "Para essa população específica é mais complicado a gente garantir a higienização das mãos, o uso de máscaras de forma correta. Então, a vacinação toma um papel bem importante", completa.
Diante do receio disseminado sobre possíveis reações da vacina, a especialista reforça a imunização como a principal orientação para proteger as crianças. "Os efeitos adversos esperados são os mesmos das vacinas em geral: dor no local, um pouco de mal-estar, febre baixa”, completa.
Izabella reforça a necessidade da adesão das famílias às vacinas tão logo estiverem disponíveis."Falando não só como pediatra, mas como mãe: meus filhos, assim que possível, vão tomar a vacina sim", conclui.
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde incluiu as crianças de 5 a 11 anos na campanha de vacinação contra a Covid. Desde então, 859.519 pessoas nessa faixa etária já receberam a primeira dose no Ceará. O esquema completo, com as duas doses, foi garantido para 724.669 pequenos no Estado.