Super Centro para Diagnóstico do Câncer busca reduzir filas e realizar 400 mil laudos por ano

Além do anúncio do Super Centro, o ministério ainda confirmou o investimento de R$ 5,4 milhões este ano voltado aos serviços de assistência a mulheres no Ceará

(Atualizado às 18:18)
Profissionais da saúde em uma unidade hospitalar, para ilustrar matéria sobre Super Centro para Diagnóstico do Câncer
Legenda: Super Centro para Diagnóstico do Câncer busca agilizar o atendimento no SUS
Foto: Fernanda Moura - SEMS Ceará

O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (27), o lançamento do Super Centro para Diagnóstico do Câncer, criado para reduzir o prazo para entrega do parecer médico aos pacientes oncológicos do Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é que as operações do centro sejam iniciadas em julho deste ano, em uma rede nacional integrada.

O objetivo é reduzir de 25 para cinco dias o resultado do parecer médico para os pacientes. A iniciativa foi detalhada em reunião online com participação de representantes do Ceará e de outros nove estados: Paraná, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Pará e Bahia.

Durante a reunião desta sexta, realizada virtualmente com a presença do ministro Alexandre Padilha, representantes da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde acompanharam o anúncio no Hospital Geral de Fortaleza (HGF).

Entre as novidades está a questão da capacidade, que, segundo informações do próprio ministério, será de emitir cerca de 1 mil laudos por dia. O número pode chegar a 400 mil por ano, representando um "salto na eficiência do diagnóstico na rede pública".

Profissionais em uma unidade hospitalar, para ilustrar matéria sobre Super Centro para Diagnóstico do Câncer
Legenda: Detalhes do Super Centro para Diagnóstico do Câncer foram divulgados nesta sexta-feira (27)
Foto: Fernanda Moura - SEMS Ceará

"A questão do especialista patologista disponível para laudar rapidamente um exame, isso é uma necessidade do Brasil como um todo. Então, a gente tem um número inferior de profissionais, considerando a realidade brasileira. Potencializando o centro especializado, que vão ter vários profissionais dedicados a receber as lâminas e fazer rapidamente esse diagnóstico, vamos encurtar o tempo entre a coleta do exame e o desfecho desse caso para recomendar tratamento adequado", comentou Regina Brizolara, diretora de Programas do Ministério da Saúde, em entrevista ao Diário do Nordeste.

A nova estrutura do centro utilizará a telepatologia, telelaudos e teleconsultoria. Além disso, o Super Centro Brasil poderá realizar mais da metade dos exames necessários para o diagnóstico de câncer no Brasil, atuando em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e com o hospital A.C.Camargo Cancer Center.

Reduzir filas e agilizar atendimentos

O ministro da Saúde apontou que “um déficit importante” na oncologia do País é o laudo da anatomia patológica, e que o Super Centro Brasil para Diagnóstico do Câncer vai prestar orientação e consultoria para os estados.

Após estudos, identificaram que os pacientes chegam tardiamente aos hospitais, em estágio 3 ou 4. "Um dos grandes desafios para a gente conseguir acelerar isso tem a ver com o diagnóstico. Nossa ideia é começar já ao longo do mês de julho, em etapas de implementação, mapeando as regiões que vão participar, que vão demandar essa laudagem”, afirmou.

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Já o secretário executivo de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional da Sesa, Lauro Vieira Perdigão Neto, afirmou que ainda será realizada uma programação para entender como o sistema de centralização de exame funcionará

"As programações de exatamente como vai funcionar, agora a gente vai começar a discutir para saber como isso vai se aplicar ao Estado", explicou. 

Novos investimentos

O Super Centro é uma iniciativa do programa Agora Tem Especialistas, que busca a consolidação do SUS como a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer no mundo atualmente.

Os serviços estarão, nesse processo, ligados ao Super Centro de Diagnóstico. Dessa forma, o SUS fica responsável por coletar o material para biópsia e as amostras podem seguir dois caminhos: o da logística por transporte especializado ou pode ser digitalizado e transmitido de forma remota ao A.C.Camargo Cancer Center pelos hospitais da rede pública.  

Além disso, o hospital em questão também poderá ofertar um telelaudo para conferência diagnóstica, enquanto uma segunda opinião também poderá ser solicitada. Após tudo isso, os resultados serão encaminhados ao SUS para a continuidade do tratamento. 

“O Agora Tem Especialista fortalece o oferecimento de consultas de especialistas, passa pela oncologia também, e também a participação ambulatorial, cirúrgico, da medicina privada e de até de outros fluxos envolvendo financiamento, para que o paciente com câncer tenha o seu tratamento oportuno, eficaz e diminua então a mortalidade".
Lauro Vieira Perdigão Neto
Secretário executivo de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional da Sesa

Em Fortaleza, a secretária adjunta da Saúde, Aline Gouveia, afirma que já é possível perceber resultados do programa Agora Tem Especialista, que tiveram início na Capital em março. Ela cita o aumento na oferta de consultas com baixo absenteísmo.

"É algo que a gente também vem monitorando, porque não é só oferta, a gente também se preocupa com a 'perda primária', aquele paciente que, por ventura, não conseguiu comparecer. Então, temos fortalecido muito, comunicado a população para que não faltem e se mantenham até o final da oferta do cuidado integrado", diz.

Saúde da mulher

Além do anúncio do Super Centro Brasil, o ministério ainda confirmou o investimento de R$ 300 milhões anuais para fortalecimento da atenção integral à saúde da mulher em todo o Brasil.

Em 2025, mais de R$ 125 milhões serão destinados aos estados para financiamento de exames e procedimentos essenciais, ampliando acesso a tratamento de doenças como câncer de colo do útero e endometriose.

O Ceará, por exemplo, deve receber R$ 5,4 milhões este ano para ampliar, assim como outros estados, o modelo de atenção que consiste em conceder autonomia para qualificar a assistência a mulheres. 

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