Paulistas são maioria entre não-cearenses que vivem no Ceará; saiba principais origens de imigrantes
A cada cinco moradores não naturais do Estado, um é de São Paulo, revela Censo 2022 do IBGE
O movimento de nordestinos indo morar no Sudeste é comum, acompanha a história do Brasil – mas o inverso também tem acontecido. Entre os imigrantes que passaram a morar no Ceará após 2017, a maioria é de paulistas e cariocas, como revela o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados sobre migrações dentro do território brasileiro foram divulgados nesta sexta-feira (27). Um dos recortes feitos pelo IBGE ao longo da pesquisa, realizada em 2022, identificou residentes de 5 anos ou mais de idade que moravam em outro estado exatos cinco anos antes, ou seja, até 2017.
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Entre os imigrantes que passaram a morar no Ceará entre 2017 e 2022, a maioria (29%) veio de São Paulo. Em seguida, aparecem os naturais do Rio de Janeiro, equivalentes a 16,6% dos imigrantes que chegaram; e os de Pernambuco, que respondem por 6% do total.
O movimento ajudou a desenhar o cenário atual de imigrantes que vivem no Ceará. Retirando o recorte de tempo e olhando, de forma geral, para todos os residentes não-naturais do território cearense, independentemente de quando chegaram, os paulistas também lideram.
moradores do Ceará que nasceram em outros locais do Brasil são de São Paulo (19,1%).
Em segundo lugar, aparecem os pernambucanos, que representam 10,7% dos moradores não-naturais do Estado; e fechando o trio estão os nascidos no Piauí, que respondem por 10,5% do quantitativo.
O Censo demonstra que o movimento de paulistas vindo morar no Nordeste acontece em todos os nove estados, com “percentuais mais expressivos na Bahia (27,3%), Pernambuco (20,8%) e Ceará (19,1%)”.
Para o IBGE, isso está “provavelmente associado à migração de naturais do Nordeste que residiram em São Paulo e retornam à sua terra natal acompanhados por familiares nascidos no estado paulista”.
“O Estado de São Paulo desempenhou um papel central, tanto na atração, quanto na evasão de pessoas, historicamente, consolidando-se como o principal polo de redistribuição populacional do País”, destaca o IBGE, em publicação.
São Paulo é o estado brasileiro com o maior volume de não-paulistas vivendo lá: eram pelo menos 8,6 milhões de pessoas, em 2022. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas saíram do estado sudestino e foram identificados residindo em outras regiões.
A região Nordeste registrou, no Censo, o maior percentual de população residente em sua própria região de nascimento: 96,6% dos nordestinos moram no Nordeste.
O que diz o Censo 2022
O Censo Demográfico 2022 foi feito pelo IBGE naquele ano e divulga gradualmente os resultados referentes a cada temática investigada por meio de amostras – ou seja, entrevistas coletadas nas residências. A pesquisa revela informações sobre diversas áreas, como saúde, educação e dados populacionais.
Nesta sexta-feira (27), o instituto trouxe informações relativas à fecundidade e à migração, “cujas interações, aliadas às estatísticas sobre mortalidade, determinam o tamanho e a estrutura populacionais de uma determinada região”, frisa.
Em relação à migração, abordada nesta reportagem, o IBGE destaca que “constitui um insumo fundamental para a formulação de projeções populacionais, subsidiando não só análises demográficas de longo prazo, mas também os planejamentos territorial e socioeconômico”.