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Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso no Paraguai a caminho de El Salvador

Prisão ocorreu com apoio das autoridades paraguaias e cooperação da PF brasileira.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 17:24)
Silvinei Vasques, preso pela PF, na imagem usa uniforme escuro da Polícia Rodoviária Federal, aparece sentado em uma mesa, segurando folhas de papel durante uma coletiva ou audiência. Ele olha para frente com expressão séria e o fundo da imagem é claro e sem elementos destacados.
Legenda: Vasques é um dos condenados do núcleo 2 da trama golpista.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar em um voo para El Salvador.

A informação foi confirmada pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, ao Blog da Andreia Sadi, do g1. Segundo ele, a prisão ocorreu com apoio das autoridades paraguaias e cooperação da PF brasileira.

Segundo a Polícia Federal, Vasques estava em Santa Catarina quando rompeu a tornozeleira eletrônica que utilizava por determinação judicial. Após o rompimento do dispositivo, as autoridades brasileiras emitiram alertas a países vizinhos, entre eles Paraguai, Argentina e Colômbia.

Ainda de acordo com a PF, o ex-diretor da PRF tentou deixar o país utilizando documento falso. Ao ser abordado no aeroporto de Assunção, ele foi identificado e preso pela polícia paraguaia.

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Condenado por tentativa de golpe

Silvinei Vasques foi condenado neste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e 6 meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.

Conforme a decisão da Corte, ele integrou o chamado “núcleo 2” da organização criminosa e atuou no monitoramento de autoridades e na tentativa de impedir a votação de eleitores, especialmente na região Nordeste, por meio de operações da PRF no segundo turno do pleito.

Antes dessa condenação, Vasques já havia sido sentenciado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022, em ação movida pelo Ministério Público Federal.

A decisão reconheceu que ele utilizou símbolos, recursos e a visibilidade institucional da corporação para promover a candidatura à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro, o que resultou em multa superior a R$ 500 mil, além de outras sanções de natureza cível.

Vasques chegou a ser preso em 2023, mas obteve liberdade posteriormente mediante a imposição de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, agora rompida.

Em janeiro de 2025, ele havia sido nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de São José, na Grande Florianópolis, cargo do qual pediu exoneração em dezembro. Isso aconteceu no mesmo dia em que foi condenado pelo STF no processo relacionado à trama golpista.