Meningite já causou duas mortes no Ceará em 2023; veja sintomas e como prevenir

Cobertura vacinal contra a doença não atinge a meta desde 2020

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Imagem mostram termômetro marcando temperatura de 39,2ºC. Ao fundo, uma criança deitada na cama, doente.
Legenda: Febre alta está entre sintomas da meningite bacteriana
Foto: Shutterstock

Doença grave e que atinge principalmente crianças, a meningite, mesmo prevenível por vacina, continua fazendo vítimas no Ceará. Neste ano, entre janeiro e dia 4 deste mês, 13 casos e duas mortes pela doença já foram notificados no Estado.

Ano passado, até 12 de fevereiro, não havia registros de óbitos por meningite de nenhum tipo. Já em 2023, a doença meningocócica infectou 3 pessoas, das quais 2 morreram. Outras meningites somam 10 confirmações.

Os dados são da Planilha de Notificação Semanal, atualizada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), e abrangem casos até a 5ª semana epidemiológica do ano (que termina em 4 de fevereiro).

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A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por vários agentes, como vírus, parasitas, fungos e bactérias.

De 2021 a novembro de 2022, o Ceará registrou 36 mortes por meningite de diferentes causas – no ano passado, a maioria dos óbitos foi entre adolescentes e adultos.

Baixa cobertura vacinal

O Ceará não atinge a cobertura vacinal mínima, de 95% do público-alvo, desde 2020. No ano passado, menos de 85% tomaram a primeira dose (administrada aos 3 meses de vida), e só uma porcentagem ainda menor garantiu o 1º reforço (aos 5 meses).

A baixa imunização é vista como preocupante por autoridades de saúde, já que deixa principalmente as crianças suscetíveis a infecções graves.

“Os adultos e adolescentes podem ser portadores assintomáticos do meningococo e transmitirem às crianças, daí a importância da vacinação. Prevenção é com a vacinação”, sentencia a pediatra Vanuza Chagas.

O Ministério da Saúde prevê, para 2023, um calendário de reforço de campanhas de vacinação contra diversas doenças em todo o País. O Brasil não alcança a meta de imunização contra a meningite desde 2016.

Quais os sintomas da meningite

A pediatra Vanuza Chagas explica que as doenças bacterianas, como a pneumocócica e a meningocócica, costumam ser as mais graves. Entre crianças, o meningococo predomina como causa do maior número de casos.

Os principais sintomas da meningite bacteriana são:

  • Febre alta;
  • Vômito; 
  • Rigidez de nuca; 
  • Manchas na pele; 
  • Sensibilidade à luz; 
  • Agitação; 
  • Confusão mental. 

As inflamações causadas por outros agentes têm os sintomas descritos pelo Ministério da Saúde, e são todos similares:

  • Sintomas de meningite viral: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vômito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar, letargia, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz).
  • Sintomas de meningite por parasitas: dores de cabeça, rigidez de nuca, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e/ou estado mental alterado (confusão).
  • Sintomas de meningite por fungos: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e status mental alterado.

Como a meningite é transmitida?  

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. 

Também ocorre a transmissão fecal-oral, pela ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes, segundo o Ministério da Saúde.

Qual é o tratamento da meningite? 

O Ministério da Saúde alerta que, por ser uma doença que pode evoluir com muita gravidade, “casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais e, por isso, ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica”.

O tratamento para todas as meningites, então, deve ser orientado e prescrito por um profissional de saúde, sendo totalmente contra-indicada a automedicação.

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