Mães de crianças com cardiopatia denunciam aparelhos quebrados no Hospital do Coração, em Messejana
A unidade de saúde informou que um dos aparelhos já voltou a funcionar e que aguarda trâmites legais para as peças do outro
Mães de crianças e bebês internados no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), o Hospital do Coração, denunciam demora na continuidade do tratamento de seus filhos. Os aparelhos que fazem cateterismo quebraram e impediram exames essenciais para a realização de cirurgias em pacientes com cardiopatias.
Uma das mães, a dona de casa Natália de Sousa, está há mais de um mês no hospital com o filho Francisco Jacó, de apenas sete meses, à espera do cateterismo. Jacó tem cardiopatia e um quadro de desnutrição, fatos que inspiram muitos cuidados e uma cirurgia no coração.
"Disseram para nós que ia demorar porque a máquina estava quebrada. Falaram que a gente ia ter de ficar no hospital, e já completou um mês e uma semana", disse ela em entrevista à TV Verdes Mares nesta quinta-feira (7). O cateterismo é um exame que verifica os vasos sanguíneos e as condições do coração.
Em nota, o HM informou que dois aparelhos de hemodinâmica, de alto custo, tiveram problemas técnicos e precisaram de manutenção. Um deles já opera normalmente "e a demanda de atendimento a pacientes internados e eletivos está sendo regularizada".
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A unidade de saúde não informou o prazo para o conserto da outra máquina de cateterismo cardíaco. A Secretaria da Saúde (Sesa) necessita "seguir trâmites legais" para que sejam adquiridas novas peças.
"Por este motivo, alguns procedimentos eletivos foram suspensos, dando prioridade aos pacientes internados e aos casos de urgência", pontua o hospital.
Cardiopatia grave
Enquanto espera na fila de exames, Iandra Dandara Nascimento Nogueira, mãe de Ravi, que nasceu com a Síndrome da Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo e só tem metade do coração, teme pela vida do filho. Ele precisa de uma segunda cirurgia que só pode ser liberada após o cateterismo.
O procedimento cirúrgico é aguardado pela família desde fevereiro, e há duas semanas eles foram informados sobre o não funcionamento das máquinas de exame.
"Meu filho corre risco de ter uma disfunção mais severa e não poder mais fazer a cirurgia. Eu tenho medo de acontecer o pior", desabafa a dona de casa.
Em nota, o Hospital de Messejana pontua que nos primeiros meses de 2022 já foram realizados 4.453 procedimentos nos aparelhos de hemodinâmica responsáveis pelos exames de cateterismo cardíaco.