Incêndio no Cocó afetou área equivalente a 10 campos de futebol e pode ter sido criminoso, diz Sema
Equipe multidisciplinar vai iniciar levantamento sobre extensão exata afetada e os impactos ambientais à região
O incêndio que atingiu uma área de cerca de 10 hectares do Parque do Cocó, em Fortaleza, pode ter tido origem criminosa, e não natural. Essa é a principal linha de investigação conduzida pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), como informou ao Diário do Nordeste a titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Vilma Freire.
Ainda nesta segunda-feira (22), segundo a gestora, será publicada uma portaria com os nomes dos profissionais e técnicos que vão analisar a área da queimada, realizando levantamentos sobre a extensão, os impactos ambientais e quais as medidas de reparação a serem adotadas.
“É uma área importante: qualquer perda importa. O trabalho já começou, mas estou oficializando por meio de portaria. Os profissionais vão analisar se a medida ideal é restauração, recuperação ou reabilitação da área”, pontua Vilma.
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De acordo com a secretária, a PC-CE trabalha junto à perícia ambiental da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) para identificar se a origem do incêndio foi, de fato, criminosa.
“Já apareceu um indício: foi presa uma pessoa em flagrante ateando fogo numa área dentro da poligonal do Cocó. A linha (de investigação) que se trabalha é que foi criminoso, diante desse fato. Mal acabaram as fumaças e já havia outro incêndio”, lamenta a titular da Sema.
Área extensa afetada
A extensão exata queimada pelas chamas ainda será definida, mas, conforme Vilma, “a área que conseguimos enxergar por imagens áreas, comparando antes e depois, é de aproximadamente 10 hectares”, o que equivale a cerca de 10 campos de futebol.
A secretária observa, contudo, que dentro desse perímetro afetado “já existe uma área considerável descampada”, e que, portanto, não representará perda de vegetação e será “retirada da conta”.
Em relação à fauna, pelo menos 6 animais já foram encontrados mortos: 2 cágados (tartarugas de água doce) e 4 serpentes.
Nesta segunda (22), já não há mais fumaça nem fogo ativo na região, mas brigadistas e homens do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) permanecem monitorando o local a fim de identificar focos subterrâneos.
Nos últimos anos, pelo menos dois incêndios maiores atingiram áreas dentro da poligonal do Parque do Cocó – um em 2020, debelado em um dia; e outro em 2021, que afetou uma área de mais de 46 hectares.