Ibama apreende no Ceará 'milhares' de armadilhas usadas na pesca ilegal de lagosta

As 'marambaias', como são popularmente chamadas, foram encontradas ao ar livre em uma área de 15 mil metros quadrados na praia de Aranaú, no litoral oeste

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Redação producaodiario@svm.com.br
Apreensão
Legenda: O órgão estima que cerca de 300 toneladas de lagosta deixem de ser capturadas ilegalmente apenas em 2025
Foto: Divulgação Ibama

Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em parceria com Agência Brasileira de Inteligência (Abin), realizada nesta quinta-feira (13), resultou na apreensão de "milhares" de armadilhas para captura de lagostas em Acaraú, no litoral oeste do Ceará. 

As 'marambaias', como são popularmente chamadas, foram encontradas a céu aberto em uma área de 15 mil metros quadrados na praia de Aranaú, e estavam prontas para serem lançados ao mar antes do fim do defeso, que ocorre apenas em 30 de abril. Até lá, a captura de lagosta é proibida por se tratar do período produtivo da espécie. 

O número total de utensílios confiscados não foi divulgado pelo Ibama, mas o órgão informou se tratar da maior apreensão de armadilhas para captura de lagostas já realizada em território nacional. Com o resultado, o órgão estima que cerca de 300 toneladas de lagosta deixem de ser capturadas ilegalmente apenas em 2025. 

A operação também contou com a participação da Receita Federal do Brasil, Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, e Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE). 

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Como se daria a captura ilegal?

Conforme o Ibama, a área onde estavam depositadas as marambaias também continha uma oficina rudimentar onde tambores metálicos eram cortados e amassados antes de seguirem para as pilhas de armazenagem. Segundo a investigação, os infratores carregavam caminhões diariamente e deslocavam os petrechos para barcos de pescas, para os lançarem ao mar. 

O órgão explicou ainda que, após o dia 30 de abril, após ser aberta a temporada de pesca da lagosta, pescadores mergulhariam até as marambaias, por meio de compressores de ar, capturando todas as lagostas já nelas abrigadas. "A prática do mergulho com compressor pode causar morte ou invalidez devido à doença descompressiva - uma embolia gasosa que acomete o mergulhador quanto este retorna rápido demais à superfície", destacou o Ibama. 

Consequências ao meio ambiente 

O despejo das armadilhas ao mar também tem consequências danosas ao meio ambiente e à saúde humana, devido sua fabricação conter materiais diversos, que vão desde tambores metálicos, forros de câmaras frias enferrujados, geladeiras descartadas e pneus velhos. 

Entre os danos, destaca o Ibama, estão a contaminação das águas com produtos como solventes e óleos lubrificantes residuais, dano à vida marinha, podendo levar à diminuição da biodiversidade e à extinção de espécies, além da possibilidade da contaminação se espalhar pela cadeia alimentar, afetando desde o plâncton até os grandes predadores. Recifes de coral e outros ecossistemas sensíveis também podem ser particularmente afetados, com potencial de destruição.

 

 

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