Com alta de casos de Covid-19, Ceará inicia nova campanha de vacinação segunda-feira (4)

A campanha da Sesa será voltada para o público geral, mas autoridades sanitárias destacam a importância da vacinação das crianças

Escrito por Gabriela Custódio , gabriela.custodio@svm.com.br
Pessoa recebe vacina
Legenda: A decisão se deve à escalada do número de casos confirmados de Covid-19 no Ceará nas últimas semanas
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) dará início a uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19 a partir da segunda-feira (4). A população deverá procurar as salas de vacinação em todos os municípios do Estado para deixar as doses do imunizante em dia. A decisão se deve à escalada do número de casos confirmados da doença nas últimas semanas.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (1º) pela secretária da saúde, Tânia Mara Coelho, que destacou a importância da vacina para a proteção contra a doença e para evitar as complicações dela. “Temos visto um aumento de casos de Covid-19 no Ceará e sabemos que a vacinação é a medida mais eficaz de proteção, mesmo sendo uma nova variante. Portanto, gostaríamos de conclamar a população cearense para participar dessa grande campanha de vacinação”, afirmou.

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A gestora lembrou que a Prefeitura de Fortaleza irá realizar um mutirão de vacinação contra a Covid-19 neste sábado (2). Serão 14 postos de saúde da Cidade com vacinas contra Covid-19 disponíveis para a população, das 8h às 16h30.

A campanha da Sesa será voltada para o público geral. Porém, a secretária destaca a baixa cobertura vacinal de crianças de seis meses a 4 anos. “Gostaríamos muito de reforçar a vacinação nessa faixa etária, mas saliento que todo mundo que ainda não tomou sua vacina de reforço procure a unidade (de saúde) para se vacinar”, acrescentou.

O atual crescimento da doença no Estado, inclusive, é mais preocupante para as crianças. Na coletiva, o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Lima Neto, Tanta, apresentou o cenário epidemiológico do Ceará. Entre as informações mostrados está o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — em que o paciente apresenta febre, tosse e falta de ar.

A maior parte desses casos, particularmente nesse momento, são casos de crianças. Nós temos algumas crianças internadas, temos algumas com complicações. Mas nós temos crianças — a maioria (está) em enfermaria, mesmo, não em UTI — com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave com comprovação, por teste RT-PCR, de Covid-19, sobretudo na faixa etária de seis meses a um ano.
Antonio Silva Lima Neto
Secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa

COBERTURA VACINAL NO CEARÁ

Assim como todo o Brasil, o Ceará apresenta baixa cobertura da vacina bivalente contra a Covid-19. Após 100% do público com 18 anos ou mais ter completado o esquema primário com duas doses monovalentes, apenas 18,6% voltou para receber o reforço com a atualização. A bivalente é indicada apenas para essa faixa etária. O secretário destacou a importância dessa vacina para o cenário de circulação de subvariantes descendentes da Ômicron.

"As outras quatro eram vacinas monovalentes, que só tinham capacidade para produzir anticorpos específicos contra o vírus original. A atualização da vacina da Pfizer bivalente incorpora sublinhagens Ômicron, então ela é capaz de produzir anticorpos mais específicos e torna o indivíduo mais capaz de neutralizar mais rapidamente essas novas variantes, porque, depois da Ômicron, todas que vieram são descendentes dela", explica Tanta.

A situação da cobertura vacinal é ainda mais preocupante quando se observa a faixa etária de seis meses a quatro anos: aproximadamente 70% dessas crianças não recebeu nenhuma dose da vacina. A adesão cai ainda mais quando se fala da segunda e da terceira doses.

Se na primeira dose apenas 32,1% delas foram vacinadas, na segunda esse percentual reduz para 18,8%. Na terceira dose cai ainda mais: 5,2%.

Entre crianças um pouco mais velhas, de 5 a 11 anos, 15% não recebeu nenhuma dose da vacina. Já no público de 12 a 17 anos as duas primeiras doses têm adesão de 99%.

O secretário aponta efeito da desinformação nesse comportamento. "Os responsáveis vacinaram adolescentes, mas eles não vacinaram crianças pequenas. E a criança pequena, nesse momento, é muito importante estar vacinada, senão ela vai ficar desprotegida", afirma.

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