Chuva de meteoros, Lua cheia, galáxia anã: veja eventos astronômicos que ocorrem em outubro

Temporada de ventos pode facilitar as observações por diminuir a barreira de nuvens no céu

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Lua cheia em Fortaleza
Legenda: Lua cheia será um dos fenômenos de outubro
Foto: Kid Júnior

Chuvas de meteoros e “encontros” da Lua com planetas são parte dos fenômenos astronômicos que serão possíveis de observar a partir do Ceará ao longo do mês de outubro. Neste período, os ventos intensos do litoral devem empurrar as nuvens no céu e facilitar a visualização dos eventos.

Além disso, a pequena galáxia Nuvem de Magalhães poderá ser admirada com melhores condições durante uma noite. Uma “superlua” também está entre os eventos que marcam o mês de outubro de 2024.

Todos os fenômenos podem ser vistos sem uso de equipamentos profissionais, como binóculos, mas a orientação de astrônomos e o uso de aplicativos de astronomia podem auxiliar nas observações.

O calendário astronômico foi elaborado a pedido do Diário do Nordeste pelo Laboratório de Ensino e Pesquisas em Astronomia (Lepa) da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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Pequena Nuvem de Magalhães: 4 de outubro

Uma galáxia anã chamada Pequena Nuvem de Magalhães, localizada na constelação tucana, vai estar no ponto mais alto do céu no dia 4 de outubro, por volta de meia noite. Mas já às 20h24, até às 2h35, será possível observar o sistema de planetas e estrelas. Outro fator que vai facilitar a visualização da galáxia é a Lua em fase crescente, que emite menos luz.

O Jornal da USP (Universidade de São Paulo) explica que as Nuvens de Magalhães são duas galáxias anãs satélites que orbitam a Via Láctea. O nome foi dado em homenagem ao navegador Fernão de Magalhães por ter sido o primeiro a registrá-la.

Conjunção da Lua com Vênus: 5 de outubro

Uma conjunção astronômica acontece quando dois corpos celestes aparecem perto um do outro no céu. Esse "encontro" vai acontecer entre a Lua e o planeta Vênus no dia 5 de outubro, quando ambos compartilham a mesma ascensão reta.

Quase ao mesmo tempo, os dois objetos também vão fazer uma aproximação e o par se tornará visível por volta das 17h39. A Lua estará com magnitude de -9,9, e Vênus com -4,0, ambas na constelação de Libra, estando em excelente contexto para a observação.

Chuva de meteoros Draconídeos: 8 de outubro

A chuva de meteoros Dracônicas permanece ativa entre os dias 6 e 10 de outubro, mas o pico será no dia 8, quando há maior chance de observação dos "riscos luminosos" no céu. Esse nome está ligado à localização na constelação de Dragão.

O fenômeno pode ser visto durante esse período por volta de 21h33, quando o ponto radiante se põe abaixo do horizonte no oeste. Como a Lua vai estar na constelação de Ophiuchus, a interferência luminosa será baixa.

Foto: Lepa/Reprodução

Chuva de meteoros Táuridas do sul: 10 de outubro

Outro bom momento para observar os meteoros do Ceará será no dia 10 de outubro, quando acontece o pico do fenômeno associado à Táuridas do Sul, que vai de 10 de setembro a 20 de novembro.

No dia do pico, o melhor momento para visualização será entre meia noite e 3h com previsão de uma taxa nominal de cerca de 5 meteoros por hora.

Chuva de meteoros δ-Aurigid: 11 de outubro

Ativa entre 10 e 18 de outubro, o fenômeno terá o momento de maior observação de meteoros no dia 11 do mês. A chuva não será visível antes de 21h59, quando seu ponto radiante atinge acima do seu horizonte a leste.

Mas permanece ativa até o amanhecer, por volta de 4h52. A previsão é que a chuva atinja o pico de atividade de 1h às 3h com uma taxa nominal de
cerca de 2 meteoros por hora.

Cometa C/2023 A3 ou 'cometa do século': 12 de outubro

No dia 12 de outubro, o Cometa C/2023 A3 – também chamado de cometa do século – passa pelo perigeu, mas não será visto do Estado por passar muito perto do Sol. Já no dia 14, será possível observá-lo logo ao entardecer, por volta de 18h25 da tarde, com magnitude entre 2.8 e 3.6 e a 6º no horizonte.

A visualização será melhor em locais sem muita vegetação ou construção, sendo pouco visível a olho nu. Esse é um dos poucos eventos que será melhor visto com uso de binóculos.

Legenda: A visualização será melhor em locais sem muita vegetação ou construção
Foto: Lepa/Reprodução

Conjunção Lua Saturno: 14 de outubro

Neste dia, será a vez da Lua "encontrar" Saturno, quando compartilham a mesma ascensão reta, visível a partir de 17h51. O ponto mais alto no céu será alcançado às 20h59 e às 2h16 já não estarão mais visíveis.

A Lua estará com magnitude de -12,7, e Saturno com magnitude de 0,6, ambos na constelação de Aquário. O par estará próximo o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas também será visível a olho nu ou por meio de um par de binóculos.

Lua cheia ou "superlua": 17 de outubro

A Lua vai atingir a fase cheia no mesmo período em que faz a aproximação da Terra, ao que se chama de perigeu. No final da década de 1970, os astrólogos começaram a chamar esse fenômeno de "superlua".

A distância do nosso satélite natural em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – ela tem formato ligeiramente oval, traçando um caminho chamado elipse.

À medida que a Lua percorre esse caminho elíptico ao redor da Terra a cada mês, a distância varia em 14%, entre 356.500 km no perigeu (maior aproximação da Terra) e 406.700 km no apogeu (maior distância da Terra)

Chuva de meteoros ε-Geminídeos: 18 de outubro

Esse fenômeno fica ativo de 14 a 27 de outubro, produzindo o pico de meteoros por volta de 18 de outubro. A chuva não será visível antes das 22h38 de cada noite, quando seu ponto radiante se eleva acima do seu horizonte ao leste, permanecendo visível até 4h49.

A estimativa é de que a chuva atinja o pico de atividade por volta de 3h e, então, as melhores exibições poderão ser vistas antes do amanhecer.

Chuva de meteoros Oriônidas e conjunção Lua - Júpiter: 21 de outubro

A chuva de meteoros Oriônidas fica ativa de 2 de outubro a 7 de novembro, mas o melhor momento para observação será no dia 21 de outubro. Contudo, durante todo o período, há chance de ver o fenômeno a partir das 21h55 de cada noite.

A chuva deve produzir as melhores exibições entre 3h e 4h, quando o ponto radiante estará mais alto no céu. Espera-se que a chuva produza uma taxa nominal de cerca de 15 meteoros por hora.

No mesmo dia, a Lua e Júpiter vão compartilhar a mesma ascensão reta e o par estará visível às 21h34, quando atingem uma altitude de 7° acima do  horizonte a nordeste. A dupla chega ao ponto mais alto no céu às 2h53, estando a 63° acima do horizonte norte.

Conjunção da Lua com Marte: 23 de outubro

Próximo do fim do mês, a Lua e Marte vão aparecer próximos no céu, estando visíveis às 23h18, atingindo uma altitude de 63° acima do horizonte norte antes de desaparecer de vista ao amanhecer.

A Lua estará com magnitude de -12 e Marte com magnitude de 0,2, ambos na constelação de Gêmeos. O par estará muito distante para caber no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou por meio de um par de binóculos.

Chuva de meteoros Leonis Minoris: 24 de outubro

O calendário astronômico de outubro encerra com a chuva de meteoros Leonis Minoris com pico no dia 24 de outubro. O momento de maior atividade será por volta das 4h e a taxa nominal deve ser de cerca de 2 meteoros por hora.

No mesmo dia, a Lua passará pela fase de último quarto, nascendo no meio da noite e aparecendo proeminente no céu antes do amanhecer, ela será visível logo após nascer, às 23h43, até pouco antes de se pôr, às 11h34. Neste momento do ciclo mensal de fases, ela parece quase exatamente meio iluminado. 

Legenda: A Lua passará pela fase de último quarto, nascendo no meio da noite e aparecendo proeminente no céu antes do amanhecer
Foto: Lepa/Reprodução

OBSERVAÇÕES ASTRONÔMICAS

Os eventos astronômicos são vistos com maior facilidade em cidades no interior do Estado pela distância da poluição luminosa dos centros urbanos. Ainda assim, é possível conferir os fenômenos da Capital.

Uma boa ferramenta para auxiliar nesse processo são aplicativos de astronomia que mostram um mapa do céu e identificam os astros. O Diário do Nordeste elaborou uma lista de apps com várias funções do tipo.

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