Ceará tem duas cidades entre as mais quentes do Brasil; saiba quais
Crateús e Jaguaribe, ambas com 38,9ºC, ficaram entre as mais 20 quentes do País nesta quarta-feira (14)
O mês de setembro marca o início da época em que historicamente os termômetros no Ceará registram as maiores máximas. O período, que se estende até dezembro, é conhecido popularmente, como "B-R-O Bró". Na prática, esse forte calor já pode ser observado. Ontem, dia 14, duas cidades cearenses figuraram entre as 20 mais quentes do Brasil.
Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Crateús e Jaguaribe, ambas com 38,9ºC, dividiram a 16ª posição dentre os 5.568 municípios brasileiros. O órgão lista, diariamente, as 20 maiores e menores temperaturas de todo o País.
A tendência é de que as temperaturas permaneçam elevadas. Para esta quinta-feira (15), o Inmet prevê máxima de 39ºC nas duas cidades. A umidade pode chegar a 20%, índice considerado de 'alerta' e que pode causar danos à saúde.
Médias das temperaturas máximas mensais para os últimos meses do ano:
- Setembro: 31.10°C
- Outubro: 31.26°C
- Novembro: 31.07°C
- Dezembro: 30.67°C
O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Iago Alvarenga, explica que as altas temperaturas ocorrem quando "há a diminuição de nebulosidade sobre o estado do Ceará, fazendo com que ocorra um aumento da temperatura da superfície bem como a evaporação".
Alerta de perigo
O Inmet emitiu alerta nesta quinta-feira (15) para potencial "perigo" devido a baixa umidade do ar em 52 das 184 cidades do Estado. Conforme o órgão, nestes municípios a umidade relativa do ar pode variar entre 20% e 12%. "Há risco de incêndios florestais e à saúde", detalha o Inmet. O alerta é válido até às 18 horas de hoje, no entanto, pode ser renovado.
Baixa umidade e seus riscos
Umidade relativa do ar baixa, como registrada em Crateús e Jaguaribe, pode causar problemas de saúde conforme alerta o médico Álvaro Madeira, mestrando Gestão em Saúde. Dentre os danos mais comuns, o especialista aponta o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.
Segundo ele, é comum secura das mucosas nasais, exacerbação de conjuntivites alérgicas, dermatite atópica, asma e rinite alérgica. "O ideal é que a umidade varia entre 40% e 70%. Abaixo disso, há risco de afetar o organismo de todos os seres vivos", salienta Álvaro.
Quando se tem uma queda da umidade relativa, acrescenta o médico, "além da dificuldade de dispersão dos gases poluentes, a gente tem uma série de problemas, dentre elas, o ressecamento das mucosas das vias aéreas", detalha o médico.