Casos de monkeypox já foram confirmados em 36 cidades do Ceará; veja lista

Dos quase 500 casos confirmados, cerca de 90% estão concentrados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Ainda não há vacina para prevenção da doença
Foto: Shutterstock

Casos confirmados de monkeypox chegaram a 36 municípios do Estado. Conforme dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), são ao todo 491 infectados. Há, ainda, outros 166 casos suspeitos. O cenário apresenta sensível aumento quando comparado ao fim do mês passado. Em 22 de outubro, eram 33 cidades com casos e 425 confirmações laboratoriais. 

O primeiro caso de monkeypox, antes chamada de varíola dos macacos, foi confirmado no Ceará no dia 29 de junho.

O médico Álvaro Madeira Neto, gestor em saúde pública, minimiza o aumento observado dos casos. Segundo o especialista, esse acréscimo observado nas últimas 3 semanas está dentro de uma normalidade e não representa, no momento, ameaça. 

"Dados internacionais e nacionais mostram que o índice de mortalidade é infinitamente menor quando comparado, por exemplo, aos da Covid. Mas, serve de alerta, sobretudo para pacientes mais frágeis, como paciente com algum quadro de imunossupressão. O alerta é preciso para que os casos não se expandam", detalha.

A monkeypox é uma doença viral. A transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas. O contágio causa erupções que se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo. 

Ele, no entanto, alerta para a necessidade de investigações rápidas nos casos suspeitos e, em paralelo, reforça a necessidade de isolamento daqueles que apresentem algum sintoma.

Essas medidas se fazem necessárias para frear a transmissão da doença, uma vez que ainda não há vacina para o vírus. "A melhor estratégia de saúde pública neste momento é o rastreio", pontua Álvaro. 

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RMF

Dos quase 500 casos confirmados, cerca de 90% estão concentrados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Sozinha, Fortaleza registra 381 casos, o que representa 77,5% do total de confirmações no Estado. Além da Capital cearense, outras 14 cidades já registraram pessoas infectadas.

Acesso digital

Cearenses testados para a monkeypox podem ter acesso aos resultados dos exames laboratoriais de forma virtual, através do Saúde Digital, plataforma on-line da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

A análise é realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) e o resultado é divulgado após 24h do recebimento da testagem pelo equipamento.

Conforme pontuou a Sesa, a agilidade no resultado leva a uma maior resolutividade para os pacientes. A secretária executiva de Vigilância em Saúde da Sesa, Sarah Mendes D’Angelo, acrescenta que “por meio da plataforma, cada paciente tem acesso direto ao resultado de forma desburocratizada. Essa possibilidade viabiliza uma solução na angústia do paciente em relação ao diagnóstico”.

O serviço está disponível no Saúde Digital, no botão Resultados de Exames Monkeypox. Para conferir o diagnóstico, é necessário informar o CPF, a data de nascimento e o nome da mãe.

Principais sintomas da Monkeypox?

O médico Álvaro Madeira Neto alerta que, aos pacientes que apresentem lesões papulosas, em regiões de mucosas, associados a febre, por exemplo, devem procurar atendimento especializado. "O médico deve ser sempre procurado quando existir sintomas", acrescenta. 

  • lesões na pele
  • lesões genitais
  • febre
  • inchaço nos gânglios
  • dor de cabeça
  • dores no corpo
  • fraqueza ou exaustão 

Como ocorre a transmissão?

Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.

Como prevenir? 

  • Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
  • Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
  • Usar máscaras de proteção.

O que fazer se tiver sintoma?

As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico, e não entre em contato com outras pessoas.

Qual tratamento da monkeypox?

O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.

A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.

Álvaro Madeira destaca que, até o momento, não há medicamento aprovado especificamente para monkeypox, embora alguns antivirais tenham demonstrado alguma atividade contra o MPXV.

"Para os sintomas, porém, o paciente pode ser receitado alguns medicamentos. Por exemplo, se está com febre, o médico pode receitar remédios para este fim, como dipirona", exemplifica o médico.

 

 

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