São João do Jaguaribe é a cidade mais 'velha' do Ceará, e Eusébio é a mais jovem; veja lista

Índice de envelhecimento mostra relação entre população de idosos com o grupo de crianças de 0 a 14 anos

A população idosa com mais de 65 anos no Ceará cresceu de 641.556, em 2010, para 912.559 pessoas, no ano passado. Com quase 300 mil indivíduos a mais nessa faixa etária, diversos municípios tiveram mudanças importantes na composição, como aponta a nova rodada de divulgações do Censo Demográfico 2022, liberada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).

A cidade de São João do Jaguaribe, no Vale do Jaguaribe, por exemplo, é a mais 'velha' do Ceará, enquanto Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, é a mais jovem.

Para calcular esse fenômeno, o IBGE utiliza o que chama de “índice de envelhecimento”. Essa taxa mostra a relação de idosos de 65 anos ou mais de idade em comparação com o grupo de 0 a 14 anos. Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. 

Esse índice chegou a 50,6 em 2022 para o Ceará, ou seja, há 50,6 idosos a cada 100 crianças. Em 2010, esse índice era de 29,3, evidenciando o processo de envelhecimento.

Em São João do Jaguaribe, o índice calculado foi de 127,5, único a ultrapassar os 100 no Estado. Em seguida, aparecem as cidades de Cedro (83,3), Quixelô (82,3), Piquet Carneiro (81,8) e Deputado Irapuan Pinheiro (81,7).

Por outro lado, no Eusébio, o índice foi apenas de 25,6. Nas últimas colocações ao lado dele, outras cidades "jovens" são Itaitinga (27,0), Jijoca de Jericoacoara (27,3), Pacatuba (29,6) e Horizonte (31,6).

Fortaleza registrou índice de 56,03. Em número absoluto, também tem a maior população idosa do Estado, com 251.435 pessoas acima de 65 anos.

Onde há mais idosos no Ceará?

Conforme o mapa elaborado pelo Diário do Nordeste, com base no IBGE, a população mais idosa do Estado está concentrada na região Centro-Sul, especialmente na região dos Sertões. Já no litoral, Região Metropolitana de Fortaleza e Região Norte, há uma população mais jovem.

Na análise de Izabel Guimarães Marri, gerente de Análises e Estudos da Dinâmica Demográfica do IBGE, municípios menores tendem a ser mais velhos. 

“Há uma saída da população em idade economicamente ativa e reprodutiva para onde há mais empregos e serviços. Isso afeta o índice em populações bem maiores, onde há menor número de crianças e o nível de fecundidade tende a ser mais baixo”, explica.

Nos extremos do Brasil, Coqueiro Baixo (RS) é a cidade mais velha do país, com 277 idosos para cada 100 crianças. Por lá, metade da população tem mais de 53 anos. Já a mais jovem é Uiramutã, em Roraima, onde a idade mediana é de 15 anos. 

Para que servem os dados de idade?

O IBGE explica que a informação da distribuição da população por idade e sexo fornece subsídios para o cálculo de uma série de indicadores demográficos que permitem avaliar as mudanças e tendências do perfil demográfico da população ao longo do tempo. 

Os dados podem subsidiar o planejamento de políticas públicas que visam ao atendimento das necessidades de grupos específicos, como crianças, adolescentes, jovens, pessoas em idade de trabalhar, idosos e mulheres, como também para fornecer parâmetros balizadores a serem considerados nos processos de avaliação de diversos programas sociais e econômicos. 

O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos.