Alfabetização cresce e 97% dos alunos do CE terminam 2º ano sabendo ler e escrever, aponta Spaece

Resultado é da avaliação aplicada na rede pública em 2023 para medir desempenho dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Criança escrevendo com lápis em caderno
Legenda: Em 2023, Ceará se aproximou de universalizar a alfabetização de crianças
Foto: Camila Lima

Aprender a ler e a escrever na idade certa é determinante para a trajetória escolar de qualquer estudante – e mais de 97% dos pequenos cearenses garantiram essas habilidades até o 2º ano do ensino fundamental (EF), em 2023. 

Os dados são do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), divulgado nesta segunda-feira (27), e mostram um crescimento da chamada “proficiência em Língua Portuguesa” em relação a 2022.

Em 2022, apenas 84,6% dos alunos concluíram o 2º ano do EF com níveis desejáveis ou suficientes de alfabetização, reflexo das perdas de aprendizagem causadas pela pandemia e pior índice em 8 anos. Já no ano passado, a proficiência das crianças em português superou a de 2019, chegando aos seguintes resultados:

  • Nível desejável: 91,8%;
  • Nível suficiente: 5,3%;
  • Níveis intermediário e alfabetização incompleta: 2,9%.

O levantamento, conduzido pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), avalia os alunos de todos os municípios da rede pública cearense, incluindo escolas municipais e estaduais e aplicando provas em séries-chave da trajetória escolar: 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental.

Para Eliana Estrela, titular da Seduc, a evolução da alfabetização está atrelada aos resultados do PAIC – o Programa de Alfabetização na Idade Certa. “Esse resultado mostra esse desempenho. A queda anterior foi por causa da pandemia, mas nos recuperamos”, comemorou.

Queda de desempenho

Os índices considerados excelentes na proficiência em Língua Portuguesa no 2º ano do EF não se repetem nos anos seguintes.

Entre os estudantes do 5º ano, último dos “anos iniciais” do EF, 63,8% alcançaram nível “adequado” de aprendizagem em português. Outros 22,7% tiveram desempenho “intermediário”, 11,5% “crítico” e 2% “muito crítico”.

“São crianças que passaram pela alfabetização no momento de ensino remoto, e pela falta de autonomia elas foram muito afetadas. Mas o trabalho de recomposição vem fazendo o efeito esperado”, analisa Emanuelle Grace, secretária executiva de Cooperação com os Municípios.

No ano de transição entre o EF e o Ensino Médio, o 9º ano, os índices são ainda mais preocupantes: mais de um terço (34,8%) dos alunos tiveram desempenho “crítico” ou “muito crítico” em português, ao término de 2023, com os seguintes resultados:

  • Nível adequado: 29,1%;
  • Nível intermediário: 36,1%;
  • Nível crítico: 22,6%; 
  • Nível muito crítico: 12,2%.

A secretária da Educação reconhece que “à medida que vamos avançando nas séries, o desafio aumenta”, e destaca a importância da aliança entre escola e famílias para fortalecer a aprendizagem e garantir que os alunos estejam em sala de aula.

Já Emanuelle Grace destaca o crescimento do número de alunos na faixa de proficiência “intermediária” em relação a 2022. “Com intervenções pedagógicas assertivas, reduzimos o número de municípios no nível crítico e aumentamos no adequado”, observa.

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O que é o Spaece

O Spaece é uma avaliação para identificar o nível de proficiência e a evolução do desempenho dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática, como define a Seduc. 

As provas abrangem a alfabetização, aplicadas para alunos do 2º ano do EF; o Ensino Fundamental, feita por estudantes dos 5º e 9º anos; e do Ensino Médio, aplicada entre adolescentes do 3º ano, o último do ensino básico.

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