Alemão pede velório em bar de Canoa Quebrada e é atendido pelos amigos: 'Cliente assíduo'

Gerhard Totzauer morreu de câncer, mas foi homenageado pelos amigos com uma despedida regada a cerveja no Bar Caverna, na Broadway

Escrito por Redação ,
Montagem de fotos mostra Gerhard à esquerda e o velório à direita
Legenda: Gerhard é alemão, mas morava há quase 20 anos em Canoa Quebrada
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O alemão Gerhard Totzauer, 66, morador da praia de Canoa Quebrada, em Aracati, no litoral oeste do Ceará, fez um pedido inusitado: quando morresse, ele queria que seu velório fosse regado a amigos, música e cerveja no Bar Caverna, um dos seus lugares preferidos na Broadway, que tem um dos mais tradicionais bailes de reggae da região.

Gerhard, ou Geraldo, como passou a ser chamado pelos amigos brasileiros, morreu na última semana, vítima de um câncer. E ele teve o seu desejo atendido.

"Geraldo era um cliente assíduo no bar, de muitos anos. Sempre foi um cara que gostou muito de Canoa [Quebrada], sempre ajudou pessoas aqui. No bar, ele fez um vínculo muito bom com outros estrangeiros, intermediou. Falava algumas línguas e sempre era muito carismático com as pessoas", lembra o proprietário do Caverna, Vitor Barreto.

No vídeo do velório, publicado pelo bar nas redes sociais, várias pessoas se reúnem no estabelecimento para se despedir do estrangeiro com brindes de cerveja e ao som de canções como "Another Brick in The Wall", de Pink Floyd, "O que é, o que é?", de Gonzaguinha, "Toque, toque, DJ", da banda Styllus, e outras. Assista:

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Segundo Vitor Barreto, Geraldo se mudou para o Brasil em novembro de 2006. Ele teve um filho com uma brasileira e costumava alugar imóveis em Canoa Quebrada.

Trabalho voluntário

Vitor contou que, no período da pandemia de Covid-19, Geraldo ajudou a fundar um instituto chamado "Olho Protetor de Canoa", para ajudar a manter famílias que estavam prejudicadas financeiramente pelo isolamento social.

"Ele começou a mandar mensagem para as pessoas que gostavam de Canoa, que frequentavam, e começou a pedir ajuda. A gente serviu 14 mil refeições gratuitas na porta do [bar] Caverna. Foram quatro mil cesta básicas doadas para toda a cidade", contabilizou o dono do bar. "A gente limpava a rua, tudo com ajuda de estrangeiros, principalmente do Geraldo, que era quem intermediava", completou.

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