Marcelo Di Holanda e Mateus Farias contam como furam bolhas com versões do forró das antigas
Em entrevista ao 'Que Nem Tu', os músicos compartilharam o processo criativo, as mudanças após o sucesso do projeto e anteciparam o que esperar do próximo álbum
Marcelo Di Holanda e Mateus Farias são músicos cearenses que foram abraçados pelo forró das antigas. Conseguiram o feito de transformar canções que já eram sucesso em versões cheias de emoção, assinatura e apelo popular. Postaram os vídeos nas redes sociais e viralizaram. Furaram a bolha dos apaixonados pelo forró e fizeram uma galera quem nem desconfiava que gostava do ritmo cantar e dançar junto deles.
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A jornada da dupla, que existe desde 2018, foi revisitada durante entrevista ao Que Nem Tu, podcast de entrevista do Diário do Nordeste, desta quinta-feira (20). Além de uma conversa que passa pela infância, a relação com a música, o trampo dos artistas e até a estratégia que o duo adotou após o foco no gênero musical, o episódio traz também breves apresentações musicais.
"Quando a gente começa a fazer uma versão dessas, tanto de forró quanto de outros ritmos. A gente pensa como a gente gostaria de ouvir essa música, como gravaria? Não era ideia inicial mudar muito as coisas. A gente pensou mais em gravar do nosso jeito", conta Marcelo sobre como as versões surgem. O objetivo também é convidar o ouvinte a se deliciar e perceber como essas letras são bonitas.
Mateus reforça que acredita que o sucesso passa por aproximar o público do artista. "Como a gente passa desse rolê pessoal, o público se junta", diz ele, que também foi conhecendo mais do gênero musical a partir do projeto. O impacto das versões foi tamanho que só o primeiro disco no Spotify alcançou mais de um milhão de reproduções. Há tanto de afeto na escolha do repertório que o cantor se emociona ao lembrar da mãe, que o apresentou a tantas das bandas que hoje estão sendo regravadas por eles.
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Apesar da consciência de que eles gostavam muito das releituras que faziam, a surpresa foi grande ao se depararem com a recepção do público. "O forró abraçou a gente de uma forma muito carinhosa. Quando a gente gravou a primeira versão, uma canção da Calcinha Preta que eles repostaram no feed, chegou uma quantidade significativa de seguidor. Aí o público começou a pedir show, disco...", conta Marcelo.
Tudo foi tão orgânico que até mesmo o encontro que viabilizou os discos e o DVD aconteceu também de uma forma inesperada. O flautista relata que eles receberam o pedido, através de um inbox no Instagram, para que eles fizessem uma versão da banda Mastruz com Leite. A mensagem era da empresária da banda, Lívia Gurgel. Eles fizeram o vídeo e postaram. Após 24h, a influencer e colunista do Diário do Nordeste, Mila Costa, repostou o vídeo e ele ganhou muita repercussão. A empresária viu, gostou e fez o convite para gravar o álbum.
Desde então, já foram dois álbuns de versões de forró das antigas. O terceiro será lançado em breve. Tiveram ainda vários shows, inclusive, um que marcou muito a dupla: no Cine Teatro São Luiz, em março de 2023. Eles subiram ao palco com ingressos esgotados e um certeza. A de que estavam realizando um sonho.
"Foi arrepiante do começo ao fim. Eu saí de casa com medo de chorar o show inteiro porque na passagem de som, em casa, passando o repertório eu me acabei de chorar. Tinha muita gente que torcia pela gente que estava presenciando o nosso sonho alí. O cine São Luiz foi uma das sensações mais incríveis que eu senti com a música em toda minha vida", relata Marcelo. "A gente sabia que ia subir o palco com o teatro lotado", completa Mateus.
Com muita consciência e respeito pelos artistas que lançaram as versões originas, a dupla rebate discursos higienistas e reforçam que não "melhoraram" as canções. Eles trouxeram uma nova possibilidade. E dessa releitura muitos encontros aconteceram. O flautista conta episódio engraçado que viveu com o forrozeiro Xand Avião. Marcelo também lembra