Músicos cearenses fazem versões poéticas de "forró das antigas" e viralizam nas redes sociais

Di Holanda e Mateus Farias reinventam sucessos da música brasileira e também celebram o som de Mastruz Com Leite, Calcinha Preta, entre outros nomes do forró cearense

Escrito por Antonio Laudenir , laudenir.oliveira@svm.com.br
Mateus Farias e Di Holanda: memória afetiva e leveza ao som de Mastruz Com Leite, Calcinha Preta e outros nomes de sucesso do forró cearense
Legenda: Mateus Farias e Di Holanda: memória afetiva e leveza ao som de Mastruz Com Leite, Calcinha Preta e outros nomes de sucesso do forró cearense
Foto: Divulgação

Flauta, violão, voz e carisma. É no equilíbrio destes elementos que o duo Di Holanda e Mateus Farias reinventa sucessos da canção brasileira. Para divulgar o trabalho nas redes sociais, eles produzem vídeos musicais de homenagem a músicas como “Flor de Tangerina" (Alçeu Valença), “Poema” (Cazuza) e “O mundo é um Moinho”.

A diversidade do repertório da dupla também traz o dito “forró das antigas”. Essa denominação vem sendo usada para classificar o som de ícones do forró nos anos 1990, casos de Mastruz Com Leite, Eliane, Calcinha Preta, Limão com Mel etc. 

Veja também

O agito sonoro do forrozão ganha outra roupagem no encontro dos instrumentos de corda e sopro. Com leveza e busca pela harmonia entre o erudito e o popular, eles recriaram “Flor do Mamulengo” (de Luiz Fidelis e gravada por Mastruz Com Leite), “Você fugiu de mim” (Forrozão Tropykália), “Carta Branca” (Banda Magnificos, composta por Beto Caju e Marquinhos Maraial). 

A versão para “Meio Dia” (Danilo Lopes/Luiz Fidélis) do Matruz Com Leite ganhou reações apaixonadas do público. Até mesmo a própria banda fez questão de agradecer a homenagem e respondeu carinhosamente à publicação do registro audiovisual. 

Memória afetiva 

"Só saem as músicas que gostamos, nos identificamos e temos apego”, conta o flautista Mateus Farias (29). Para o músico, ao passo em que a dupla produzia as peças, foi se notando um apelo emocional em torno destes sons. Um encontro com a memória afetiva dos fãs. 

“Quando gravamos 'Por Amor' da Calcinha Preta, sentimos o pulico reagindo melhor, comentando mais. Se identificando totalmente com as músicas e fomos soltando outros ‘forrós das antigas’, conta o artista. 

A parceria com Di Holanda veio por intermédio do também músico e produtor Pedro Madeira. Se uniram em 2019 para um projeto em shoppings de Fortaleza. “Nos encontramos, ensaiamos, de cara, já nos demos bem. Tanto nas conversas como musicalmente. Um tempo depois, ele começou a realizar vídeo e me convidou para gravar. Foi só alegria”.  

A dupla continuou em sintonia e o público apreciando o som orgânico, leve, por meio da diferente formação composta por flauta, voz e violão. No entanto, em março de 2020, a pandemia da Covid-19 passou a ser realidade na vida dos brasileiros.  

Música para curar 

Para Mateus Farias, o contexto do “lockdown” estabeleceu um marco divisor na forma do trabalhador da arte dialogar com o público. O isolamento social, preponderante a evitar a circulação do vírus, paralisou o setor de cultura e entretenimento. “Nos vimos sem trabalho e começamos a fazer live, entretenimento com o celular, através do Instagram”.  

As redes sociais como ferramenta do trabalho musical
Legenda: As redes sociais como ferramenta do trabalho musical
Foto: Divulgação

O flautista realizava apresentações online aos domingos e foi ganhando seguidores. Foi por meio dessa ferramenta que pode se manter durante a crise sanitária. A música acompanhou Mateus até no momento mais difícil da pandemia.  

No meio da pandemia, a mãe do músico pegou Covid-19 e passou por um momento super difícil de internação. Ele compôs a música “Oração” como forma de acalentar a parente. A composição passou a ser um projeto de show e o vídeo abaixo mostra um trecho do trabalho. 

Passado o momento do lockdown, Di Holanda e Mateus Farias retomaram o formato duo e voltaram a produzir os vídeos musicais. “Vimos a força que as redes sociais nos dão para divulgar o trabalho, o dia a dia, como vemos e encaramos a música, tudo isso. As redes sociais, para mim, as acho super importantes estão dando visibilidade e voz que antes não era tão fácil, conclui o artista.  

 

 

 

Assuntos Relacionados