Legislativo Judiciário Executivo

STF tem ambulatório médico disponível durante julgamento de Bolsonaro

Com cilindro de oxigênio, maca e cadeiras, o posto de atendimento está instalado do lado de fora da sala de sessões da Primeira Turma

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 08:21)
Imagem de Alexandre de Moraes, sério no STF, segurando documentos importantes durante uma audiência da Primeira Turma, visual com fundo neutro e cadeira marrom, ilustra ambulatório montado para julgamento do Bolsonaro
Legenda: Estrutura é separada por biombo próximo ao corredor que dá acesso aos gabinetes de três ministros da Corte, entre eles Alexandre de Moraes
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Um ambulatório, com maca e cilindro de oxigênio, foi montado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do lado de fora da sala de sessões da Primeira Turma, onde ocorre, a partir desta terça-feira (2), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do chamado "núcleo 1" da tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. 

O posto de atendimento médico provisório conta ainda com cadeiras e é separado por biombos, que isolam o local do corredor que dá acesso aos gabinetes de três ministros da Corte, entre eles Alexandre de Moraes, conforme detalha o jornal O Globo

Essa não é a primeira vez que a estrutura é montada. Ela vem sendo adotada desde março, quando houve o julgamento do recebimento da denúncia contra os acusados. Em junho, durante os interrogatórios dos réus, a instalação também estava disponível. No entanto, não foi usada até hoje. 

Segundo o jornal fluminense, o ambulatório passou a ser considerado protocolo após o tenente-coronel Mauro Cid, réu que fez uma delação premiada, passou mal, em fevereiro deste ano. Na época, ele participava de uma audiência para prestar esclarecimentos sobre a colaboração quando foi informado que seria preso novamente e acabou precisando de atendimento médico. 

Julgamento de Bolsonaro no STF

A Primeira Turma da Corte inicia nesta terça-feira o julgamento que pode condenar o ex-presidente e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ao todo, foram destinadas oito sessões para análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Conforme a Agência Brasil, a expectativa é esta terça-feira seja destinada às manifestações das defesas e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que fará a acusação.

A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão.

Veja também

Quem são os réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto - ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Quais são os crimes?

Os réus respondem no Supremo pelos crimes de:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência;
  • grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal pelo PL-RJ. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição. 

Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

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