Veja o que planejam as empresas para o hub de hidrogênio verde no Ceará

Investidores no hub cearense apresentaram propostas para a produção no Estado

Escrito por Lívia Carvalho ,
Legenda: Hub deve colocar o Ceará a frente do mercado de hidrogênio verde no País
Foto: Shutterstock

As negociações para a implantação do hub de hidrogênio verde (H2V) no Ceará avançam, e até o momento, 12 empresas já assinaram memorando de entendimento com o Governo do Estado. (veja lista abaixo)


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Com a produção de energia limpa, o Estado deve se colocar à frente da renovação energética ao mesmo tempo que deve impulsionar o desenvolvimento econômico com uma nova commodity.  


Ao todo, os investimentos das empresas já ultrapassam os R$ 90 bilhões e a expectativa é de que o valor aumente, já que outros dois acordos com empresas estrangeiras já estão elaborados e aguardam apenas assinatura enquanto outros quatro novos projetos estão em negociação, conforme divulgado pelo colunista Samuel Quintela.  


Em palestra no Fórum Internacional do Hidrogênio Verde, realizado nessa semana pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), quatro das 12 empresas apresentaram os projetos que devem implantar no Ceará nos próximos anos. A atividade foi mediada por Roseane Medeiros, secretária executiva da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Sedet).


Confira os projetos:  


Qair Brasil  


Com investimento de quase US$ 7 bilhões, a Qair Brasil implantará usina no Complexo Industrial e Portuário do Pecém com capacidade de 2.240 megawatts (MW) para produção de Hidrogênio Verde de aproximadamente 296 mil ton./ano.  


Além da planta no Pecém, a empresa também desenvolverá o projeto Complexo Eólico Offshore Dragão do Mar para gerar energia elétrica para a planta de eletrólise com capacidade instalada de 1.216 GW, localizada na plataforma continental da costa de Acaraú. 


Conforme explicado por Gustavo Silva, diretor de operações da empresa no Brasil, cada planta de produção de hidrogênio verde será composta por quatro conjuntos de 360 MW de eletrólise da água, duas plantas 5MR, para reforma de metano a partir do gás natural com captura de gás carbônico, e duas plantas haber-bosch para produção de amônia.  


“Serão implantadas em quatro fases de 560 MW cada uma. Cada planta tem capacidade aproximadamente de produzir 488 mil toneladas de hidrogênio verde e azul e evita a emissão de cerca de 4,3 milhões de toneladas de CO₂ por ano na atmosfera”.  
Gustavo Silva
diretor de operações da Qair Brasil


A expectativa da Qair é que a produção, armazenamento, transporte e comercialização do hidrogênio verde inicie em 2023


White Martins/Linde 


O 12º acordo de entendimento assinado pelo Governo do Estado foi com a White Martins/Linde. O diretor de gás natural e hidrogênio da empresa, Guilherme Ricci, ressalta que a empresa trabalha todo o portfólio da cadeia até a produção da amônia.  


“Já operamos há décadas no estado com oxigênio medicinal, industrial e outros gases. A gente entende que a localização é privilegiada, tem um potencial muito grande para energia seja solar, seja eólica e isso favorece, tendo em vista que 60 a 70% desse hidrogênio verde será o custo da energia, esse fator é muito importante”.  
Guilherme Ricci
diretor de gás natural e hidrogênio da White Martins


Para o diretor, apesar da grande possibilidade de exportação, o mercado nacional deve aproveitar cerca de três a quatro vezes mais que o externo pela quantidade de indústrias aqui localizadas. “Tenho grande convicção de que usaremos maior parte dessa energia dentro do País”.  


Ricci afirmou também que, pelo fato de a empresa já ser tradicional no ramo de gases, a implementação do projeto deve ser feita de maneira mais ágil, aproveitando as plantas já existentes.  


TransHydrogen Alliance 


O projeto TransHydrogen Alliance - desenvolvido pelas empresas Proton Ventures, Trammo, Global Energy Storage e VARO - prevê investimentos de US$ 2 bilhões nos próximos anos. A planta deve produzir pelo menos 500 mil toneladas de H2V por ano, o equivalente a cerca de 2,5 milhões de toneladas de amônia verde, que devem ser exportadas para a Europa. 


Em outubro, o consórcio assinou o memorando de entendimento e neste mês foi iniciado o estudo de viabilidade, o qual deve ser entregue em abril de 2022. A previsão da fase inicial é para 2025 com ampliação para 2030, conforme Mark McHugh, diretor do projeto.  


O diretor também destacou que aposta na amônia verde como forma de transporte do H2V, por ser uma das formas mais estáveis para isso, de modo a promover a descarbonização gradual de clientes que deve iniciar em 2025.  


“É uma grande oportunidade para a descarbonização da matriz elétrica brasileira. Temos participação em toda a cadeia, porém estamos na busca por parceiros locais que tratem de energias renováveis, mas todo o resto estamos prontos”.  
Mark McHugh
diretor da TransHydrogen Alliance


EDP Energia  


A EDP Energia Brasil também é uma das empresas que deve participar do hub de hidrogênio verde. O investimento será de quase R$ 42 milhões com capacidade de produção de 250 Nm3/h do gás.  


A empresa prevê que a primeira molécula de H2V deve ser produzida em dezembro de 2022, até o momento, a primeira a entrar em operação no estado.  


De acordo com Cayo Moares, gestor executivo da empresa, o projeto executivo do plano piloto para a implantação da usina deve acontecer em maio de 2022 e, até o final do ano, a operação.  


“O projeto já foi iniciado em 2021, já fizemos o executivo do projeto-piloto. Este projeto tem 36 meses de duração, até maio de 2024. A partir de dezembro teremos os diversos resultados para termos condição de usar a tecnologia e ampliar seu uso”. 
Cayo Moraes
gestor executivo da EDP Energia


Vejas as empresas que já assinaram memorando de entendimento com o Governo do Estado: 

  • Enegix Energy
  • White Martins
  • Qair
  • Fortescue
  • Eneva
  • Diferencial
  • Hytron
  • H2helium
  • Neoenergia
  • Engie
  • Transhydrogen Alliance
  • Linde

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