Saiba quando é vantagem fazer portabilidade do crédito consignado

A portabilidade pode ser vantajosa quando outra instituição financeira oferece condições melhores de juros e taxas. Veja como realizar o procedimento

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
pessoa com papéis e calculadora
Legenda: Antes de optar pela portabilidade do crédito consignado, é preciso prestar atenção nas taxas e condições da instituição financeira.
Foto: Shutterstock

As solicitações de crédito consignado têm crescido na pandemia. De acordo com dados do Banco Central, o volume de empréstimos na modalidade bateu recorde em janeiro deste ano, atingindo o patamar de R$ 442,8 milhões contratados

O consignado costuma ser uma boa opção de crédito no que diz respeito às taxas de juros, que são bastante inferiores a outras modalidades do mercado. E, mesmo depois do contrato, ainda é possível economizar. 

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O aposentado, pensionista ou servidor público que contratou um empréstimo consignado pode realizar portabilidade entre instituições financeiras para conseguir condições mais vantajosas. O procedimento é gratuito e não exige contato direto com o banco em que o crédito foi solicitado originalmente. 

Como funciona? 

A portabilidade do crédito consignado funciona de forma parecida com a troca de operadora de telefone, por exemplo. Quem deseja realizar o procedimento deve entrar em contato com o banco para qual se pretende migrar. Todo o processo será realizado pela própria instituição. 

Passo a passo: 

  1. Realize uma pesquisa de mercado nas principais instituições financeiras. Faça simulações com o mesmo valor e o mesmo tempo de parcelamento para comparar taxas de juros, observando a existência de outras taxas e na cobrança mês a mês. 
  2. Entre em contato com o banco que tiver a melhor condição e solicite a portabilidade. 
  3. Após análise de crédito, o banco pode iniciar a portabilidade. O consumidor não precisa ter qualquer contato com a instituição originária. 

A educadora financeira da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Cinthia Senna, pontua que o consumidor deve prestar atenção quando a transição é vantajosa. Para além da taxa de juros mais baixa, deve-se observar outras possíveis taxas cobradas pelo banco. 

“Ele pode primeiramente fazer uma busca de instituições financeiras para pesquisar as taxas de juros em crédito consignado, ver a instituição mais atrativa e fazer o processo em conjunto com ela”, resume. 
 

Ela explica que o banco em que o crédito foi contratado originalmente será notificado diretamente no sistema e tem um prazo de 5 dias para fazer uma contraproposta mais atrativa para o cliente. Se não houver benefício constatado, o processo pode ocorrer normalmente.  

Quando optar 

Cinthia destaca que, no momento atual de orçamento apertado para muitas pessoas, quem tem um crédito consignado contratado deve ficar de olho em outras instituições para fazer a transição se possível. 

A busca por instituições financeiras com taxas menores pode ser útil inclusive para quem quer continuar no mesmo banco. 

“O que a gente geralmente faz é usar dessa informação, ir na instituição que tenho crédito e sem fazer a portabilidade e tentar negociar a taxa. Muitas vezes para não perder o cliente, o banco faz a negociação”, diz. 

Segundo a educadora financeira, não existe um valor mínimo ou máximo de empréstimo para fazer a portabilidade. O banco é que irá escolher se quer ou não realizar o processo. 

Ela alerta que o consumidor deve ficar atento para a opção de portabilidade com troco, que pode vir como um refinanciamento de dívida. “Olhar efetivamente o que ele está buscando, se é diminuir os juros, ter um refinanciamento. Antes de assinar qualquer contrato, ver se a taxa mês a mês é melhor e a taxa para o contrato por um todo”, indica. 

Cuidados com o crédito consignado 

Apesar de o consignado ser uma modalidade com juros menores que outras opções do mercado, há a desvantagem de a parcela do empréstimo ser descontada diretamente na folha de salário. Isso diminui a margem para negociação. 

Em março deste ano, o governo federal aumentou de 35% para 40% a margem para concessão de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devido à pandemia. O uso desse limite, contudo, deve ser feito com muito cuidado. 

“Antes de buscar qualquer crédito, o primeiro ponto é fazer um test drive: será que consigo ficar sem uma parte do meu salário? Até quanto consigo ficar? Se meu benefício já não está sendo suficiente, o que devo fazer? Preciso ver a finalidade e o montante que eu preciso. Quanto que eu posso me comprometer mensalmente para honrar com esse montante. A partir disso vou em busca dos tipos de crédito que existem que podem me ajudar com essa finalidade”, ensina Cinthia.  

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