Restaurantes já veem queda de 80% no faturamento, aponta associação

Representante do setor de bares e restaurantes, Taiene Righetto critica restrições e lamenta perdas do segmento

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
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Legenda: Sem recursos para pagar funcionários ou para demiti-los, setor prevê ampla adesão de empresas do ramo ao programa federal
Foto: Arquivo

Com a redução de mais uma hora de funcionamento durante a semana, para até 19h, o setor de alimentação fora do lar no Estado continua contabilizando severos prejuízos. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel), Taiene Righetto, afirma que o faturamento das empresas do setor estão despencando.

Desde o dia 3 de fevereiro, restaurantes, barracas de praia e similares devem encerrar o atendimento às 20h, o que, segundo Righetto, praticamento impossibilita o funcionamento no período noturno.

"Continuamos na mesma situação, praticamente em lockdown para quem trabalha só à noite ou trabalhando pouquíssimas horas. Nosso faturamento já vem caindo 80%", afirma.

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Para ele, as medidas de restrição não são efetivas. "A restrição aos restaurantes não está funcionando. Se estivesse, os casos estariam diminuindo. Reduzir uma hora não vai mudar em nada o contágio", afirma.

O presidente da Abrasel ainda avalia que o foco das ações estaduais deveria estar em problemas como as festas clandestinas e o transporte público. "Se estou com 50% (de capacidade), é óbvio que vai aglomerar".

Pacote de socorro

Em publicação nas redes sociais, o governador Camilo Santana lembrou que o Estado está negociando com o setor para preparar um pacote de medidas que devem minimizar os prejuízos enfrentados. Segundo o texto, as decisões serão anunciadas no início da próxima semana.

Righetto recorda que representantes do segmento enviaram uma série de propostas para serem analisadas há cerca de 20 dias e que, desde então, não receberam mais nenhuma sinalização.

"São medidas relacionadas principalmente a impostos, isenção de IPTU, de ICMS, suspensão de cortes de água e energia, além de alguma ajuda para custear a folha de pagamento, que é o mais pesado, mas principalmente negociações de como a flexibilização deve acontecer daqui para frente, para que sejam feitas de forma coerente e não prejudiquem uma atividade somente", revela.

"Nós queremos voltar a funcionar, não de qualquer jeito, mas com protocolos e medidas necessárias, para ajudar a reduzir a clandestinidade e o número de casos", acrescenta.

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