Relevância do BNB cresce em cenários de alta de juros, analisa presidente da instituição
Paulo Câmara explica que, devido aos subsídios, a organização consegue ofertar índices abaixo dos praticados pelo mercado privado
![Paulo Câmara, presidente do BNB, em entrevista à Rádio FM Verdinha 92.5. Relevância do BNB cresce em cenários de taxa básica de juros alta, analisa presidente da instituição](/image/contentid/policy:1.3611455:1738157027/paulo%20c%C3%A2mara%20bnb.jpg?f=16x9&h=574&w=1020&$p$f$h$w=105142b)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve elevar a taxa básica de juros, nesta quarta-feira (29), movimento que pode contribuir para aumentar a relevância de instituições financeiras como o Banco do Nordeste (BNB), que ofertam índices abaixo dos praticados pelo mercado privado. A análise é do presidente da entidade, Paulo Câmara.
"Quanto maior a taxa de juros da Selic, maior atratividade que nós temos, porque fica muito mais caro hoje você fazer demandas nos bancos privados", disse o gestor, em entrevista à rádio FM Verdinha 92.5, na manhã desta quarta-feira.
Ele explica que o banco consegue se fortalecer porque atua com índices de crédito subsidiados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), tornando as taxas de juros praticadas pela instituição mais acessíveis.
Segundo o último boletim Focus — pesquisa semanal com analistas econômicos —, a Selic deve aumentar em 1 ponto neste quarta, ou seja, de 12,25% para 13,25% ao ano. Isso pode encarecer o crédito, freando a produção e o consumo, elevando o controle da inflação e desestimulando a atividade econômica.
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Para Câmara, cenários de alta da taxa básica de juros podem ser enxergados como oportunidades para instituições financeiras públicas, como o BNB, que podem aumentar a possibilidade de acesso a financiamento, já que, em teoria, o restante do mercado não conseguiria oferecer melhores condições.
"A nossa responsabilidade é ver esse momento e como ajudar o setor produtivo a ter mais acesso às nossas taxas de juros do Fundo Constitucional, porque isso pode dar também oportunidade de superar esse período de taxas maiores."
Apesar da previsão de alta, o presidente do banco voltado ao crescimento econômico da região Nordeste diz acreditar que o índice deve reduzir ao longo deste ano. "A gente tem uma crença muito grande que ao longo de 2025 ela vai diminuir."
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O que é a taxa básica de juros
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.