Quanto custam os imóveis nos bairros mais caros de Fortaleza? Veja preços e locais
Apartamentos nos 10 bairros mais caros podem custar cerca de R$ 2 milhões.
Comprar um imóvel novo em um dos 10 bairros mais caros de Fortaleza pode custar entre R$ 12 mil e R$ 20 mil o metro quadrado (m²). Isso significa que um apartamento de 100 m² pode valer entre R$ 1,2 milhão e R$ 2 milhões, dependendo do endereço.
Segundo estudo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), com dados de outubro, o bairro Praia de Iracema é o mais caro da Capital, com o metro quadrado chegando a R$ 19.499 no mês passado.
Em Fortaleza, o preço médio do metro quadrado foi de R$ 11.832, queda de 0,9% na comparação com setembro deste ano.
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Segundo o levantamento, a Regional 2 é a mais cara da Capital, contando com quatro de seus bairros entre os dez com imóveis novos mais caros: Meireles, Aldeota, Mucuripe e Dionísio Torres.
O levantamento considerou os 121 bairros de Fortaleza.
Confira o ranking dos locais com imóveis novos mais caros
- Praia de Iracema: R$ 19.499/m²;
- Meireles: R$ 17.044/m²;
- Aldeota: R$ 15.609/m²;
- Mucuripe: R$ 15.208/m²;
- Fátima: R$ 14.029/m²;
- Dionísio Torres: R$ 13.937/m²;
- Centro: R$ 13.913/m²;
- Cocó: R$ 12.710/m².
- Guararapes: R$ 12.218/m²
- José Bonifácio: R$ 12.040/m²
Fonte: Sinduscon
Veja também o maior valor do m² dos imóveis usados
Já em relação aos imóveis usados, Meireles, Aldeota e Engenheiro Luciano Cavalcane lideram o ranking, segundo dados do Índice da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FipeZap). O custo médio do metro quadrado apenas nesses três bairros varia entre R$ 12 mil e R$ 10 mil.
Nessa pesquisa, o valor médio entre os 10 bairros mais caros em imóveis usados é estimado em R$ 8.829, valor 51% menor quando comparado ao preço médio das residências novas.
Confira o ranking dos locais com imóveis usados mais caros
- Meireles: R$ 12.420/m²;
- Aldeota: R$ 10.631/m²;
- Engenheiro Luciano Cavalcante: R$ 10.169/m²;
- Centro: R$ 9.189/m²;
- Manuel Dias Branco: R$ 8.987/m²;
- Dionísio Torres: R$ 8.575/m²;
- Fátima: R$ 8.264/m²;
- Praia do Futuro II: R$ 6.950/m²;
- Papicu: R$ 6.600/m²;
- Joaquim Távora: R$ 6.510/m².
Fonte: Fipezap
O que está por trás desses valores?
Paulo Angelim, corretor de imóveis há mais de três décadas, explica que a precificação do terreno é o principal fator responsável pelos valores elevados, podendo representar de 30% a 40% do valor da obra em empreendimentos de médio alto e alto padrão.
Esse percentual varia de acordo com a condição urbanística do bairro, que pode elevar ou reduzir a precificação:
“Se você pegar um prédio exatamente igual, com todas as características, e colocá-lo no Meireles e em qualquer bairro periférico de Fortaleza, você vai ter dois preços completamente distintos", compara.
"É muito comum aqui no Meireles um terreno representar de 25% para cima do custo da obra. Na verdade, não é nem do custo, é do VGV (Valor Geral de Vendas) da obra. Do custo é mais alto. Então, a supervalorização vem das características urbanísticas do bairro: disponibilidade de comércios, serviços, atrações, segurança”, completa.
O corretor também aponta que os terrenos para construção estão ficando mais escassos, o que também provoca o aumento de custo na precificação.
Consumidores de alto padrão buscam esses bairros
Os bairros que lideram os rankings não estão entre os mais caros da cidade à toa. Para Angelim, esses custos representam a alta demanda por imóveis entre consumidores de médio alto e alto padrão. "Existe uma alta demanda por esses bairros por parte desse público", observa.
Mesmo com os preços em alta, o corretor afirma que não há redução na procura por esse tipo de imóvel. Segundo ele, o aumento acompanha o poder aquisitivo desses compradores.
Angelim também aponta que não há mudança no cenário de edificações da Capital. A demanda de médio alto e alto padrão permanece concentrada em áreas que já eram valorizadas.
"Ocorre que alguns bairros estão ganhando mais preço e se aproximando, como Guararapes e Cocó. Cocó, hoje, tem praticamente o mesmo preço da Aldeota, e o Guararapes também está na mesma tendência, se aproximando do preço do Cocó. Meireles, por conta da Beira-Mar, sempre foi mais valorizado”, explica.
Há demanda para imóveis novos e usados
Tanto imóveis novos quanto usados têm público interessado, segundo o especialista. A escolha depende, sobretudo, do momento de vida de cada comprador.
Quem já está “com a vida resolvida”, como diz Angelim, pode esperar todo o processo de construção e lançamento. Além disso, compradores que não têm o aporte imediato para a entrada costumam optar por imóveis novos, aproveitando o período de obras para financiar e formar uma poupança.
Já os imóveis usados atendem, em geral, quem tem mais urgência para se mudar. Além da necessidade de ocupação rápida, o preço costuma ser mais competitivo que o de lançamentos, atraindo consumidores com capital disponível para investir no produto.
*Estagiária sob supervisão do jornalista Hugo R. Nascimento.