Poupança perde força com alta da Selic

Com a Selic acima de 12%, a poupança perde a atratividade e cada vez mais pessoas migram para outras aplicações

Escrito por Redação ,

O rendimento da caderneta de poupança continua anêmico, sem forças para fazer frente tanto à inflação, como ao desempenho de outras aplicações no segmento de renda fixa. A nova elevação da Selic, determinada pelo Banco Central na última quarta-feira, não tem mais praticamente influência alguma na remuneração da poupança, formada no momento por juro fixo de 0,5%, ao mês, mais a variação da Taxa Referencial, a TR.

Ainda que reflita a média do juro pago pelo CDB ao investidor, por uma questão técnica de cálculo, a TR não acompanha diretamente o juro básico da economia, nem os juros ofertados pelos títulos bancários, quando a Selic chega a um nível entre 11% e 12% ao ano.

Debandada

Dessa forma, como a Selic passou para 12,75%, ao ano, qualquer alta dos juros não terá mais efeito sobre a rentabilidade da caderneta, diferentemente do que ocorre com os fundos de renda fixa e títulos da dívida pública. O fato de render abaixo da inflação, sem proteger o valor real do dinheiro, e de perder das demais aplicações em renda fixa explica, em parte, a debandada do investidor da caderneta.

Em fevereiro, a saída de dinheiro do setor superou R$ 6,26 bilhões o total de depósitos, um saldo negativo recorde, desde que esses números passaram a ser contabilizados pelo Banco Central. Parte da retirada da caderneta, segundo especialistas, reflete também a necessidade de complementação de renda pelo poupador para enfrentar esses tempos de inflação em alta.

Há que considerar que na caderneta o dinheiro fica livre para saque a cada mês, sem perda de rendimento. Já em um título do Tesouro o dinheiro deve permanecer na aplicação por prazos bem mais longos, para que o desempenho seja mais atraente.

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