Planos de saúde podem subir até 15,5%, maior reajuste já aprovado
Percentual poderá ser aplicado pela operadora de saúde a partir da data de aniversário do contrato. No Ceará, 51,3 mil beneficiários serão afetados
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou na tarde desta quinta-feira (26) o percentual de 15,5% como reajuste máximo para os planos de saúde individuais e familiares regulamentados. No Ceará, 51.390 beneficiários de planos individuais e familiares serão impactados.
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O reajuste de 15,5% é o maior já autorizado na série histórica da ANS, iniciada em 2000.
A decisão sobre o teto de reajuste será publicada no Diário Oficial da União (DOU) e o percentual poderá ser aplicado pela operadora de saúde a partir da data de aniversário do contrato.
O percentual é o teto válido para o período entre maio de 2022 e abril de 2023 para os contratos de cerca de 8 milhões de beneficiários. Isso representa 16,3% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil.
Cenário de crise
A coordenadora do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarrete, aponta que a aprovação do reajuste ocorre em um momento de intensa dificuldade econômica, com o aumento dos preços de alimentos, serviços e do custo de vida em geral da população.
“Causa espanto um percentual tão elevado, considerando que nos últimos anos os lucros aumentaram, com entrada de consumidores no mercado durante a pandemia. A questão é que essa metodologia foi pensada para situações de normalidade sanitária. O comportamento dos custos na pandemia foi extremamente atípico, o que demandaria uma reavaliação do reajuste deste ano”, afirma.
Além disso, a diretora executiva do Idec, Carlota Aquino Costa, pondera que a situação pode acarretar em uma sobrecarga no sistema público de saúde, já que o SUS (Sistema Único de Saúde) se torna alternativa para quem não consegue arcar com os gastos de um plano particular.
“As dificuldades de pagamento do consumidor nesse contexto são ainda mais desesperadoras, uma vez que sabemos o quanto o SUS está combalido por ter sido linha de frente no enfrentamento à Covid-19. A pressão é por abdicar de outros bens essenciais para pagar a mensalidade”;