PIB do Ceará cresce 1,7% no 3º trimestre, mas fica abaixo do País
Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece)
Puxado pela retomada do turismo e do comércio, o Produto Interno Bruto do Ceará (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos) cresceu 1,70% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período em 2022. O resultado, contudo, ficou abaixo do nacional, de 4%.
Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece).
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Dentre os setores, o melhor desempenho ficou com o de serviços, com 2,24%, percentual acima do País. A agropecuária também fechou em alta (0,56%), mas a indústria cearense segue no vermelho, com queda de 1,61%.
O coordenador do órgão, Nicolino Trompieri, avalia que os números demonstram recuperação após a crise sanitária da Covid-19. “O setor de serviços foi destaque por dois motivos: pelo peso sobre a economia cearense, representando por volta 76%, e pelo desempenho do comércio, que voltou a ficar positivo”, observou.
Reprimidas pela pandemia, as atividades ligadas ao turismo, alojamento, alimentação e transporte voltaram a impulsionar a economia.
“As famílias estão podendo viajar com segurança. Somado a isso, o Ceará está, cada vez mais, entre os principais destinos”, apontou.
“Além disso, tivemos a retomada dos voos internacionais, que estavam ocorrendo fortemente antes da crise, a partir da criação do hub [aéreo]”, completou.
Em relação ao crescimento do primeiro trimestre de 2023, comparado com o quarto trimestre de 2022, o PIB do Ceará subiu 2,26%, superando o Brasil (1,9%).
Ipece eleva previsão para o PIB do Ceará 2023
Para 2023, a expectativa é que o ano feche no azul, com um PIB de 1,94%. Em março último, a primeira estimativa era 1,33%. Nicolas atribui a projeção positiva ao comportamento de retomada dos serviços de turismo e comércio.
“Ainda que o ambiente de juros altos venha afetando e que alta inadimplência freie um pouco o crescimento, a perspectiva é melhor do que em 2022”, ponderou.
Se a previsão se concretizar, o percentual de crescimento da economia cearense será superior ao do Brasil. Segundo o relatório Focus do Banco Central (BC), o Brasil deve registrar um índice de 1,84%, neste ano.
Crise da indústria persiste no Ceará
Na esteira do processo de desindustrialização brasileiro, as atividades industriais cearenses tiveram retração de 1,61%, no primeiro trimestre de 2023.
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Conforme o Ipece, o desempenho do setor é explicado pela indústria da transformação, que voltou a apresentar resultado negativo no primeiro trimestre de 2023, com queda de 5,03%.
Neste caso, a redução atual é a sétima retração trimestral. Na outra ponta, todavia, os demais ramos industriais apresentaram expansão no início deste ano.
A atividade da construção registrou resultado positivo, com alta de 1,08% em seu Valor Adicionado Bruto (VAB).
Os segmentos de eletricidade, gás e água voltaram a crescer, com alta de 2,74%, após registrar quedas consecutivas em 2022. A área extrativa mineral também expandiu 1,22%.
O que puxou o resultado do agro cearense?
Conforme o Ipece, o crescimento de 0,56% do setor foi puxado pelo bom desempenho das atividades da pecuária que continuam apresentando desempenhos positivos.
Das culturas da lavoura temporária, tiveram destaque o o feijão (11,4%) e a fava (20,5%) , enquanto que para o milho (-2,0%) e o arroz (-4,6%) registraram quedas.
Na produção de frutas, o destaque ficou por conta da produção de banana (2,0%) e melancia (5,4%). Enquanto que manga (-1,01%), mamão (-3,9%) e maracujá (-1,1%) registraram queda.