PIB do Ceará cresce 1,7% no 3º trimestre, mas fica abaixo do País

Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece)

Escrito por Bruna Damasceno , bruna.damasceno@svm.com
Barracas de praia
Legenda: Dentre os três segmentos do PIB cearense, o melhor desempenho ficou com o setor de Serviços, com 2,24%,
Foto: José Leomar/SVM

Puxado pela retomada do turismo e do comércio, o Produto Interno Bruto do Ceará (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos) cresceu 1,70% no primeiro trimestre deste ano, ante igual período em 2022. O resultado, contudo, ficou abaixo do nacional, de 4%.

Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece).

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Dentre os setores, o melhor desempenho ficou com o de serviços, com 2,24%, percentual acima do País. A agropecuária também fechou em alta (0,56%), mas a indústria cearense segue no vermelho, com queda de 1,61%.

O coordenador do órgão, Nicolino Trompieri, avalia que os números demonstram recuperação após a crise sanitária da Covid-19. “O setor de serviços foi destaque por dois motivos: pelo peso sobre a economia cearense, representando por volta 76%, e pelo desempenho do comércio, que voltou a ficar positivo”, observou.

Reprimidas pela pandemia, as atividades ligadas ao turismo, alojamento, alimentação e transporte voltaram a impulsionar a economia.

“As famílias estão podendo viajar com segurança. Somado a isso, o Ceará está, cada vez mais, entre os principais destinos”, apontou.

“Além disso, tivemos a retomada dos voos internacionais, que estavam ocorrendo fortemente antes da crise, a partir da criação do hub [aéreo]”, completou.   

Em relação ao crescimento do primeiro trimestre de 2023, comparado com o quarto trimestre de 2022, o PIB do Ceará subiu 2,26%, superando o Brasil (1,9%).  

Ipece eleva previsão para o PIB do Ceará 2023

Para 2023, a expectativa é que o ano feche no azul, com um PIB de 1,94%. Em março último, a primeira estimativa era 1,33%. Nicolas atribui a projeção positiva ao comportamento de retomada dos serviços de turismo e comércio. 

“Ainda que o ambiente de juros altos venha afetando e que alta inadimplência freie um pouco o crescimento, a perspectiva é melhor do que em 2022”, ponderou. 

Se a previsão se concretizar, o percentual de crescimento da economia cearense será superior ao do Brasil. Segundo o relatório Focus do Banco Central (BC), o Brasil deve registrar um índice de 1,84%, neste ano. 

Crise da indústria persiste no Ceará

Fábrica
Legenda: No dia 10 de janeiro deste ano, ocorreu a demissão dos trabalhadores da Guararapes, em Fortaleza
Foto: Fabiane de Paula / SVM

Na esteira do processo de desindustrialização brasileiro, as atividades industriais cearenses tiveram retração de 1,61%, no primeiro trimestre de 2023. 

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Conforme o Ipece, o desempenho do setor é explicado pela indústria da transformação, que voltou a apresentar resultado negativo no primeiro trimestre de 2023, com queda de 5,03%. 

Neste caso, a redução atual é a sétima retração trimestral. Na outra ponta, todavia, os demais ramos industriais apresentaram expansão no início deste ano. 

A atividade da construção registrou resultado positivo, com alta de 1,08% em seu Valor Adicionado Bruto (VAB). 

Os segmentos de eletricidade, gás e água voltaram a crescer, com alta de 2,74%, após registrar quedas consecutivas em 2022. A área extrativa mineral também expandiu 1,22%.

O que puxou o resultado do agro cearense?

Feijão
Legenda: A produção do o feijão (11,4%) e da fava (20,5%) apresentaram crescimento
Foto: Honório Barbosa / SVM

Conforme o Ipece, o crescimento de 0,56% do setor foi puxado pelo bom desempenho das atividades da pecuária que continuam apresentando desempenhos positivos.

Das culturas da lavoura temporária, tiveram destaque o o feijão (11,4%) e a fava (20,5%) , enquanto que para o milho (-2,0%) e o arroz (-4,6%) registraram quedas.

Na produção de frutas, o destaque ficou por conta da produção de banana (2,0%) e melancia (5,4%). Enquanto que manga (-1,01%), mamão (-3,9%) e maracujá (-1,1%) registraram queda. 

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