Pedido de recuperação judicial da Americanas é aceito pela Justiça

Companhia estima dívida de R$ 43 bilhões

Escrito por Redação ,
Fachada de unidade das Americanas
Legenda: Americanas comunicou rombo bilionário em 11 de janeiro
Foto: divulgação

A Justiça aceitou nesta quinta-feira (19) o pedido de recuperação judicial da Americanas. O valor total das dívidas da companhia soma aproximadamente R$ 43 bilhões.

A Americanas havia entrado com o pedido de recuperação em caráter de urgência mais cedo. A decisão de acatar a solicitação é do juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro.

No documento, divulgado pelo portal g1, o juiz afirma que essa é "uma das maiores e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no país". 

O juiz ressaltou que é preciso separar as eventuais responsabilidades e atos praticados por gestores da necessidade de proteção da atividade econômica empresarial. 

"A eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos. [...] Isso posto, e observados os requisitos legais, defiro o processamento da recuperação judicial do Grupo Americanas", afirmou o juiz Paulo Assed na decisão.

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Com o pedido aceito, a Americanas tem um período de 180 dias de suspensão de todas as dívidas, prorrogável pelo mesmo período. A companhia terá ainda 60 dias para apresentar um plano inicial para reestruturação. 

Rombo bilionário

O pedido de recuperação judicial visa proteger a empresa dos efeitos da descoberta de financiamentos de compras da ordem de R$ 20 bilhões não adequadamente refletidos nas demonstrações financeiras de 30/9/2022, que podem levar a mais de R$ 40 bilhões em dívidas.

A decisão, segundo a Americanas, considerou os desafios que está enfrentando na interface com credores e fornecedores, desde revelação das inconsistências contábeis; a necessidade de atendimento dos interesses de seus credores, acionistas e 'stakeholders'; a posição de caixa que reduziu-se sobremaneira; e a necessidade de preservação da continuidade da oferta de serviços de qualidade.

"O grupo de acionistas de referência informou ao presidente do conselho de administração que pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, - americanas.com - , da Ame e suas demais coligadas", diz a companhia no pedido.

O rombo foi comunicado pela empresa em 11 de janeiro. O documento foi assinado pelo presidente executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia apenas 15 dias. Ele renunciou da presidência em seguida.

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