Pandemia antecipou em três anos os investimentos tecnológicos da plataforma SAS, diz Ari de Sá Neto

De acordo com Ari de Sá Neto, a pandemia impulsionou a demanda de escolas em todo o Brasil para o consumo de soluções educacionais baseadas em tecnologia

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: “A aquisição dos sistemas de aprendizagem COC e Dom Bosco reforça nossa estratégia para fortalecer o nosso posicionamento em soluções essenciais para o segmento K-12 privado", disse o CEO da Arco Educação
Foto: Divulgação

A pandemia do novo coronavírus antecipou o desenvolvimento de soluções em tecnologia do SAS - Plataforma de Educação em cerca de 3 anos, segundo Ari de Sá Neto, CEO da empresa e fundador e CEO da Arco Educação, unicórnio cearense com presença na bolsa de Nova York (Nasdaq). Ele participou de painel promovido pela CDL Jovem Fortaleza nesta terça-feira (2).

De acordo com Ari de Sá Neto, a pandemia impulsionou a demanda de escolas em todo o Brasil para o consumo de soluções educacionais baseadas em tecnologia por conta da proibição da realização de aulas presenciais. Ele comentou que o SAS teve de antecipar em cerca de três anos alguns dos investimentos que seriam feitos pelo grupo por conta do alto interesse no mercado. 

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"A gente sempre apostou na tecnologia como forma de entregar educação de qualidade em escala. Você imagina a dificuldade que uma escola no interior do Tocantins tem de contratar um professor de qualidade. Quando a escola adota nossas plataformas, o professor e o aluno têm acesso a conteúdos para todas as disciplinas e séries feitos professores de altíssima qualidade, então o papel do professor muda muito. Ele passa a ser um mediador, olhando o desempenho do aluno de forma muito analítica", avaliou Ari Neto.

"Do ponto de vista estratégico, a gente antecipou o desenvolvimento de soluções que ia fazer em 3 anos para o ano passado. Contratamos mais gente, compramos startups, porque agora as escolas querem e precisam", completou.

Uso da tecnologia na educação

Segundo o CEO da Arco Educação, o uso da tecnologia na educação proporciona maior individualização dos alunos, fazendo com que escolas e professores possam fazer um acompanhamento muito maior do desempenho dos jovens. 

"Antes da tecnologia não era assim. A gente sabia a média em um bimestre do aluno, mas, hoje, a gente pode saber em que segmento o aluno está com dificuldade e isso muda o jeito de abordar o ensino. Quando você coloca o aluno para fazer a tarefa de casa aliada à tecnologia, o professor já sabe que 60% da turma errou a questão 7 e aí ele vai resolver essa questão", completou.

Apesar dos resultados positivos e da criação de novas soluções baseadas em tecnologia, o CEO da Arco Educação disse não acreditar que o ensino presencial deverá acabar como reflexo dos impactos da pandemia do novo coronavírus.

Novas estratégias 

Contudo, o executivo confirmou que há uma perspectiva no grupo de educação para começar, no futuro, a negociar os materiais de ensino diretamente com consumidores individuais que buscam opções de reforço escolar para os filhos. 

"Nós temos 8 milhões de alunos brasileiros que estão em escolas privadas e 34 milhões em escolas públicas, e não acreditamos que a nossa vocação na Arco seja para vender soluções para governos. Mas com o uso da tecnologia, eventualmente, famílias poderiam comprar nossos produtos para complementar o ensino. Se o aluno não estiver feliz com o preparo para o Enem, por exemplo, nós temos um serviço para dar reforço. Esse movimento já existe na Índia e na China, mas sem substituir a escola, mais como um reforço", disse.

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