Nem só de vento e sol vive o setor de energia no Ceará: quais são os desafios para 2025
A abundância de recursos naturais, aliada à logística eficiente graças ao Porto do Pecém, torna o Ceará um polo estratégico para a produção de hidrogênio verde (H₂V), contribuindo com a transição energética do País e gerando oportunidades econômicas.
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Isso porque os benefícios dessa ambiência ultrapassam os muros do mercado, uma vez que esse setor impulsiona o avanço socioeconômico regional, por meio da geração de empregos qualificados e da melhoria na prestação de serviços essenciais à população.
Segundo estudo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o investimento em energias renováveis se reverte em crescimento de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das cidades onde há usinas instaladas.
No entanto, apesar dos avanços, há desafios que exigem uma ação conjunta dos setores público e privado para serem superados.
É sobre esses obstáculos e caminhos possíveis para o desenvolvimento regional que o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e Membro da Academia Cearense de Engenharia (Ace), Jurandir Picanço, irá debater nesta sexta-feira (6), no evento Cresce Ceará, no Hotel Gran Marquise.
"O grande desafio é ampliar o sistema de transmissão para acompanhar a implantação de grandes projetos, viabilizando o escoamento da energia das novas usinas e atendendo às demandas de unidades de produção de hidrogênio verde e data centers", avaliou.
Para Picanço, no cenário mundial, o Nordeste brasileiro se destaca como a região com potencial para produzir hidrogênio verde a um custo menor. “Isso se deve à combinação de energia eólica e solar em grandes quantidades. No Ceará, essa produção é especialmente relevante, tanto na geração eólica quanto na solar fotovoltaica”, observou."
“Praticamente todo o crescimento da demanda de energia no Brasil tem sido atendido pela geração distribuída e por usinas eólicas e solares, principalmente no Nordeste”, disse, destacando a estimativa de crescimento expressivo de novos investimentos no Estado.
Para se ter ideia, o Ceará abarca fatia de 58,6% dos investimentos em Hidrogênio Verde (H₂V) no Brasil, com projetos que somam R$ 110,6 bilhões. Em seguida, aparecem os estados do Piauí (R$ 20,4 bilhões), Pernambuco (R$ 19,6 bilhões) e o Rio de Janeiro (R$ 16,5 bilhões), segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Realizado em fevereiro deste ano, o estudo da Abeeólica, citado no início deste texto, avalia os efeitos positivos dos investimentos em energia renovável, focando apenas em usinas de eólicas. Veja alguns resultados:
- Cada R$ 1,00 investido em eólicas tem impacto de R$ 2,9 no PIB;
- Gera cerca de 11 postos de trabalho por MW instalado;
- Impacta positivamente na economia local, aumentando o PIB e o IDH municipal em cerca de 25%;
- Gera renda e melhoria de vida para proprietários de terra com arrendamento para colocação das torres.
Cresce Ceará: Evento discute avanços e desafios para impulsionar o desenvolvimento regional
O evento Cresce Ceará é promovido pelo Diário do Nordeste em parceria com o Banco do Nordeste (BNB) e a Enel. Exclusivo para convidados, o encontro reunirá empresários, industriais e agropecuaristas para discutir os avanços econômicos do estado nas últimas três décadas e traçar estratégias para os próximos anos.
Com foco nos setores de energias renováveis e agronegócio, a programação apresentará análises de índices e cenários, além de debates sobre os desafios e oportunidades que impulsionam o crescimento do Ceará.
Veja programação do Cresce Ceará
- O hoje e o amanhã da fruticultura do Ceará, com Luiz Roberto Barcelos
- Algodão: o ouro branco cearense, com Sérgio Armando Benevides
- A tecnologia na pecuária do Ceará, com Raimundo Reis
Serviço
Data: Sexta-feira, 6 de dezembro
Horário: 8h às 12h
Local: Hotel Gran Marquise