Mercadinho e mercearia são os comércios mais prospectados em Fortaleza; veja ranking

Comércios de vestuário e perfumaria também registraram alto interesse

Escrito por Redação ,
foto de mercadinho de bairro
Legenda: Os mercadinhos e mercearias foram os comércios com maior interesse para abertura de negócios em Fortaleza
Foto: Fabiane de Paula

Os estabelecimentos do tipo mercadinho e mercearia foram os comércios mais prospectados em Fortaleza no ano de 2023. Lojas de vestuário e comércio de perfumaria também estão entre as atividades que os empreendedores demonstraram mais interesse. 

Em quarto lugar no ranking de intenção da instalação de atividades comerciais, está o comércio varejista de máquinas, aparelhos e equipamentos eletrodomésticos. As lojas de peças e acessórios para veículos automotores e comércio atacadista de produtos e equipamentos para uso industrial também aparecem na lista. 

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As informações são de um levantamento da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) feito a pedido do Diário do Nordeste, que considera 170 mil consultas de adequabilidade realizadas para atividades comerciais ao longo do ano. 

A consulta faz parte do processo de licenciamento e emissão do alvará de funcionamento. O empreendedor consegue verificar se a atividade que pretende realizar é permitida em determinado endereço e atende às previsões legais. 

Ranking das 10 atividades comerciais mais prospectadas em Fortaleza

  1. Mercearia e mercadinho;
  2. Comércio varejista de artigos, complementos e acessórios do vestuário, inclusive para segurança do trabalho;
  3. Perfumaria e comércio varejista de produtos de higiene pessoal;
  4. Comércio varejista de máquinas, aparelhos e equipamentos elétricos, eletrônicos de uso doméstico (fogões, condicionadores de ar, máquinas de costura, de lavar e secar, rádios, televisores, som etc);
  5. Outros tipos de comércio varejistas não especificados;
  6. Comércio varejista de peças e acessórios para veículos automotores;
  7. Comércio atacadista de produtos, máquinas, aparelhos e equipamentos para usos industrial, técnico e profissional, inclusive odonto-médico-hospitalares e laboratoriais;
  8. Comércio Varejista de brinquedos, artigos recreativos, desportivos, de caça, pesca, camping e outros;
  9. Comércio varejista de veículos (automóveis, motocicletas e similares) seminovos e/ou usados;
  10. Farmácia, drogaria, venda de produtos medicinais e ervanários.

Crescimento do modelo de mercadinhos

O alto interesse na instalação de mercearias na Capital tem fundamento no crescimento do modelo de mercado de proximidade, principalmente após a pandemia, conforme explica o consultor de empresas e professor da Faculdade CDL Christian Avesque.

“De aproximadamente 10 anos para cá, e sobretudo após a pandemia, esses negócios de proximidade ganham uma relevância muito grande. O consumidor que tem poder de escolha na área de compra, vai querer mais conforto, conveniência e proximidade. Em compras pontuais, o consumidor não vai mais pegar o carro, gastar com gasolina e pegar fila”, afirma.

O especialista comenta que o crescimento dos mercadinhos entre os outros modelos de varejo de alimentação coincide com o enfraquecimento dos hipermercados. As compras de alimentação foram incorporadas pelos atacarejos e pelas pequenas mercearias. Já a venda de eletrônicos e eletrodomésticos, que também era o forte de hipermercados, agora é feita nos marketplaces. 

foto de operador de caixa de mercearia de bairro
Legenda: Crescimento de mercearias de bairro é tendência iniciada após a pandemia
Foto: Fabiane de Paula

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Assis Cavalcante, explica que o crescimento dos pequenos mercados é uma tendência também presente em outros estados e países. “Os supermercadistas não querem mais que se faça a compra por quinzena, ele quer que você compareça todo dia e estão se preparando para atender as pessoas dentro desse aspecto. Uma outra tendência é vender comida pronta”, aponta o presidente.

Nesse sentido, os mercadinhos apostam na disposição de produtos para que os consumidores levem mais produtos na ocasião de compras pontuais. Já os atacarejos são os pontos de compra para abastecer os mercadinhos e para consumidores que preferem compras de grande volume. 

O Diário do Nordeste questionou a Associação Cearense de Supermercados (Acesu) sobre a quantidade de mercadinhos inaugurados em 2023 e a avaliação da entidade sobre o crescimento da intenção de instalar esse tipo de negócio, mas não obteve retorno. 

Recomposição de crédito

O alto interesse dos empreendedores em comércios de vestuário e acessórios e em perfumaria e produtos de higiene pessoal coincide com a tendência de crescimento do mercado de bem-estar e beleza, segundo Christian Avesque. 

“São pontos que vão crescer muito fortemente: vestuário, perfumaria, cosméticos. Porque quando houve a abertura pós-pandemia e a recomposição de uma certa massa salarial, as pessoas querem ter mais contato social. E nós estamos vivendo em uma sociedade estética, em que vale muito mais a forma do que o conteúdo”, opina. 

Já o mercado de eletrodomésticos e semiduráveis, como TVs e geladeiras, está aquecido pela recomposição do crédito dos consumidores. “Com o programa Desenrola Brasil, milhões de brasileiros saíram do Serasa. Os bancos também estão muito afoitos a conceder crédito de novo, porque passaram quatro anos com restrições”, explica. 

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