Governo deve endurecer protocolos na sexta, adianta Abrasel

A Secretaria da Saúde está ouvindo setores da economia para montar novos protocolos sanitários mais rígidos neste final de ano por conta do aumento de casos de Covid-19, aponta associação. Lockdown estaria descartado

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Faturamento do Natal de 2021 deve ficar no mesmo patamar de 2020, segundo representantes do comércio
Foto: Camila Lima

A partir da próxima sexta-feira (11), o Ceará deverá ter novas diretrizes, mais rígidas, para os protocolos de funcionamento da economia anunciadas pelo Governo do Estado. Com o aumento do número de casos de Covid-19, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) passou a ouvir as demandas dos vários segmentos para entender como os pontos comerciais poderão funcionar a partir da aplicação de medidas mais rígidas tanto de operação quanto de fiscalização do cumprimento das recomendações sanitárias. A informação foi adiantada pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Taiene Righetto. 

O empresário afirmou também que durante várias reuniões com representantes da Secretaria da Saúde foi descartado, pelo menos até o fechamento desta edição, a realização de novo “lockdown” no Ceará, algo que “seria extremamente prejudicial à existência de empresas durante a pandemia”, apontou ele. Contudo, Righetto comentou que o Estado já está se preparando para aplicar medidas sanitárias mais rígidas para controlar a propagação do vírus. 

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“Temos conversado e foi explanado que há um aumento de casos não mais pontual, é generalizado, então temos conversado sobre protocolos, mas em nenhum momento tem-se discutido lockdowns”, disse Righetto. “Estamos trabalhando em um protocolo mais rígido, a quatro mãos, envolvendo as demandas dos setores e as necessidades apontadas pelo Estado. Mas o protocolo vem para garantir que todo mundo possa continuar trabalhando. Na quinta (10) é reunião da Sesa com o Governo e eles devem apresentar as demandas dos setores”. 

O empresário apontou que as negociações entre os setores e o Governo do Estado estão organizadas para o planejamento de protocolos, sim, mais rígidos, mas também “mais eficientes”. 

A perspectiva de que uma nova decisão sobre os protocolos do plano de retomada deve ser anunciada na sexta-feira foi confirmada pelo secretário executivo de planejamento e gestão do Estado, Flávio Ataliba. Mas a decisão deverá passar pelo comitê estadual de controle da pandemia e pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). 

A nova versão do Plano Estadual de Contingência para resposta à pandemia, apresentada ontem (9) pela Sesa, prevê na Fase 3 – Emergência em saúde pública, a “restrição de atividades econômicas e comportamentais”, além do uso de barreiras sanitárias e fechamento de fronteiras”, característicos do lockdown. Segundo a secretaria, o Ceará está na Fase 2 – Estado de atenção.

Shoppings

Uma das medidas que deverá entrar no novo protocolo sanitário é a expansão do horário de funcionamento dos shoppings, por exemplo. O conceito pensado para a medida é que a ampliação do tempo de operação possa distribuir a presença dos consumidores durante o fim do ano, período de alta demanda para o comércio. Com mais tempo disponível para fazer compras, menores as chances de serem registradas aglomerações. 

“Não acreditamos em lockdown, mas deve haver mais rigidez inclusive nas fiscalizações. Final de ano com mais turista na cidade e gente querendo comprar, acende uma luz de alerta no Estado, que está preocupado com segurança das pessoas e em controlar a pandemia”, disse Taiene. 

Isolamento rígido

Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Freitas Cordeiro, um novo lockdown poderia causar efeitos negativos ainda maiores do que quando foi aplicado no começo da pandemia. Ele reforçou que as empresas do comércio têm seguido todos os protocolos e disse que os setores da economia não podem ser penalizados nesse momento, já que um isolamento rígido pode ser “fatal” para alguns negócios. 

“Um lockdown teria um efeito pior do que aquele primeiro, eu não gostaria de pensar nessa possibilidade. O Governo tem de olhar o empresário como parceiro, até porque ninguém quer contaminar ninguém. A gente quer é colaborar e pensar em soluções”, defendeu Cordeiro. 

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